Povo Kayabi prende 32 pessoas que retiravam madeira de suas terras
2005-12-19
O povo Kayabi, da terra indígena Kayabi, na divisa entre Mato Grosso e Pará, informou ao Ministério Público Federal e à Fundação Nacional do Índio (Funai) que 32 pessoas que estavam dentro de suas terras extraindo madeira foram retidas dentro da aldeia Kururuzinho.
Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), os Kayabi tomaram a atitude diante da lentidão da Justiça Federal em Mato Grosso que, há mais de um ano paralisou a demarcação daquela terra. Desde então, a devastação ambiental dentro da terra indígena cresceu. Além disso, a grilagem de terras e a presença de não-índios na terra seria crescente. Perícia judicial realizada na terra confirma tratar-se efetivamente de terra indígena mas, apesar destes dados, o poder judiciário ainda não proferiu qualquer decisão, argumenta o Cimi.
A terra indígena Kayabi teve seus limites declarados no final de 2003, ainda no governo Fernando Henrique Cardoso. Logo após o início da demarcação física da terra, os não-índios com interesses sobre a terra entraram na justiça e conseguiram paralisar a demarcação. A terra só começou a ser identificada depois que Kayabi prenderam o administrador de uma fazenda que estava sob a posse de uma empresa mineradora multinacional, chamada Brascan. Depois da prisão os indígenas conseguiram do governo federal o compromisso de demarcar a terra. (O Globo, 16/12)