Agricultores do oeste de SC constroem cisternas para enfrentar seca
2005-12-19
Em Coronel Freitas, a prefeitura desenvolveu um modelo de cisterna denominado Cel Freitas, em parceria com a Epagri e o projeto Microbacias 2. De acordo com o secretário da Agricultura, Roberto Cordazzo, uma está pronta e outras três em construção.
A unidade modelo foi implantada na propriedade de Pedro Ferrari. O projeto passou por adaptações até chegar ao sistema atual. A areia dos filtros foi substituída por brita e pó de brita, pois, segundo Cordazzo, a areia não despachava a água.
Os filtros formados por bueiros e caixa de água cheias de brita são importantes para evitar a entrada de sujeita na cisterna e garantir uma boa qualidade da água. A água da chuva não é recomendada para beber sem um processo de purificação, mas serve satisfatoriamente para o consumo animal, pois é melhor do que a dos rios da região.
A cisterna de Pedro Ferrari tem capacidade para 276 mil litros e, desde outubro, já captou 500 mil litros. Cerca de 300 mil foram utilizados na criação de um lote de 14 mil frangos. Outros 200 mil estão armazenados para o próximo lote.
O agricultor disse que enfrentava falta de água há 20 anos e nem com poço artesiano conseguiu solucinar o problema. No início do ano, teve que puxar 220 mil litros de água devido à estiagem. Mesmo assim o aviário ficou fechado por 30 dias.
O filho de Pedro, Benhur Ferrari, disse que além de dar uma tranqüilidade maior para a criação de aves, a cisterna ajuda a preservar as demais fontes da propriedade.
— Sem a cisterna teríamos que usar as outras fontes para o aviário.
Empréstimo pago em cinco parcelas anuais
Benhur afirmou que a água da cisterna é melhor do que a transportada de rio. Na estiagem passada a produção caiu 40% devido à má qualidade da água. Do custo de R$ 6,5 mil da cisterna, a família financiou R$ 5 mil, divididos em cinco parcelas anuais, pelo Fundo Estadual de Desenvolvimento Rural, da Secretaria da Agricultura.
A prefeitura auxiliou com máquinas na construção da cisterna. O prefeito Lenoir Pelizza disse que o investimento acaba se pagando porque o produtor evita de fechar o aviário por falta de água. A cada lote de 14 mil frangos que o produtor deixa de criar perde cerca de R$ 5 mil bruto. (Diário Catarinense, 18/12)