Polêmica entre empresários e ambientalistas prejudicou II CNMA
2005-12-16
Conflitos de interesse impediram que alguns grupos conseguissem terminar de discutir e aprovar todas as propostas do texto-base para levar para a plenária final da II Conferência Nacional do Meio Ambiente. Um dos mais prejudicados foi o grupo Biodiversidade e Florestas, cujos trabalhos se estenderam desde início da manhã do dia 12 até as 4h da manhã do dia 13. Alguns empresários chegaram a criticar os representantes dos movimentos ambientalistas, alegando que todos queriam transformar o país em uma grande Unidade de Conservação (UC). Por conta dessas diferenças as propostas não puderam ser sistematizadas a tempo de serem rodadas na gráfica para o início dos trabalhos na Plenária Final.
Foi muito trabalho apenas para deliberar se a Plenária se iniciaria pelo grupo 2, Qualidade Ambiental nos Assentamentos Humanos, cujo texto impresso estava já disponível, ou pelo grupo 1, Biodiversidade e Florestas, com acompanhamento através do telão. Venceu a segunda proposta, após mais de uma hora de tumultuada votação. O grupo quatro, Desenvolvimento Sustentável, conseguiu aprovar todas as propostas e moções, mas seus trabalhos se estenderam até 1h da madrugada do dia 13.
Delegação do Ceará é destaque
A atuação da delegação cearense na II CNMA foi considerada positiva na opinião de alguns delegados e delegadas ouvidos pelo Terrazul, desde a participação pró-ativa nas discussões dos grupos, no acompanhamento do andamento dos trabalhos até o final. O ponto culminante deu-se logo na abertura da Conferência quando a delegada da sociedade civil, Dolores Feitosa, foi convidada para a mesa de abertura e pronunciou um discurso, aplaudido de pé.
Dolores Feitosa, viúva de um ambientalista cearense, de Tauá, conhecido no meio como Feitosinha, além de ativa participação no Grupo Desenvolvimento Sustentável, também foi convidada para a mesa para os trabalhos iniciais da Plenária Final.
Tereza Farias, da Secretaria Estadual da Ouvidoria do Meio Ambiente, representante do Governo na II CNMA, que já participara da I Conferência em 2003, declarou ao Terrazul que houve um salto de qualidade do ponto de vista de organização e infra-estrutura nesta Conferência.
O coordenador geral da II CNMA, Pedro Ivo Batista, foi incansável no atendimento das demandas que lhe chegavam com todos os sotaques, exigências e urgências e se deslocou com agilidade pelos diversos locais da Conferência no Marina Hall, em Brasília. (Adital, 15/12)