CTSul está fora do leilão de energia
2005-12-16
A Central Termelétrica Sul (CTSul), usina a carvão que há quase uma década está
sendo projetada para Cachoeira do Sul, terá que adiar por mais algumas semanas
ou meses os planos de vender energia. O empresário Douglas Carstens, responsável
pelo empreendimento, disse na tarde de quarta-feira (14/12) que estava
angustiado, mas que ainda com esperanças de receber o licenciamento ambiental
necessário para colocar o projeto no leilão de compra de energia, marcado para
hoje (16/12).
Além de não ter a Licença Prévia, documento que está nas mãos dos técnicos da
Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), a CTSul depende de redefinição
de preços para a energia que será comercializada no leilão. O valor máximo
estipulado pelo Governo Federal tem como base de cálculo R$ 116,00 para cada
megawatt vendido, valor que não viabiliza o projeto cachoeirense.
Sem a licença e dependendo de uma melhor cotação para a energia, o projeto CTSul
está fora do leilão que acontece amanhã, mas segue vivo. A expectativa é de que
ainda no primeiro semestre de 2006 um outro leilão de energia seja realizado e
que até lá o projeto CTSul esteja pronto para vender energia. Segundo o
presidente da Celetro José Benemídio Almeida, a audiência pública realizada na
terça-feira (13/12) foi como um registro de nascimento do projeto. – É apenas
uma questão de tempo. Pode até ser mais rápido ou mais embromado, mas ninguém
mais nos tira a usina. Lógico que a Fepam irá pedir complementos e nós vamos
atender, pois temos que fazer os ajustes nas questões do meio ambiente, da parte
financeira e de todos os contratos. Estamos fazendo tudo da melhor forma para
garantir todas as licenças, pois sabemos que a Fepam irá acompanhar este projeto
enquanto a usina existir-, observou Benemídio.
Os efeitos da audiência pública para o projeto CTSul deverão ser percebidos
somente depois que os técnicos da Fepam analisarem minuciosamente as críticas
feitas durante a reunião. Ambientalistas e representantes de entidades, que
encaminharam documentos questionando o estudo de impacto ambiental, esperam
receber respostas e acreditam que o licenciamento não será emitido antes das
dúvidas serem eliminadas. A poluição do ar e os riscos de contaminação do Rio
Jacuí e da Barragem do Capané foram os eixos das críticas dos ambientalistas. A
audiência da Fepam encerrou pouco antes da 1h da madrugada. (Jornal do Povo,
15/12)