Captação no rio Gravataí descumpre acordo
2005-12-15
Uma reunião às 9h de hoje (15/12), na sede do Ministério Público Estadual,
discute a situação do rio Gravataí e da captação de água por particulares. No
encontro, representantes da Fundação Municipal de Meio Ambiente de Gravataí
(FMMA) e do Batalhão de Policiamento Ambiental da região Metropolitana
entregarão relatórios sobre vistorias feitas na sexta (09/12) e na terça-feira
(13/12).
Na sexta (09/12), técnicos da fundação percorreram, de barco, um trecho de 20
quilômetros rio acima, entre o Clube de Caça e Pesca de Gravataí e o município
de Glorinha. – Encontramos cinco bombas em funcionamento, descumprindo o acordo
que previa o cancelamento da captação com base no nível das águas-, informou o
diretor da fundação, Paulo Müller. O acordo tinha validade de cinco dias, a
partir de sexta-feira (09/12). Na terça-feira (15/12), ainda durante a vigência
do acordo, integrantes do Batalhão Ambiental também sobrevoaram a região. – Na
atual situação, se não chover, ou as bombas param ou haverá problemas no
abastecimento.-
Müller destacou, porém, que a maior parte dos agricultores da região não colhe
água diretamente do rio. – Há meia dúzia de bombas muito bem identificadas-,
salientou. Conforme técnicos da FMMA, as bombas de particulares tiram do rio
Gravataí até três vezes mais água do que o sistema de captação da Corsan, que
possui três pontos - em Alvorada, Cachoeirinha e Gravataí. Por meio deles, são c
aptados 2,3 mil litros de água por segundo, destinados ao abastecimento de cerca
de 1 milhão de habitantes nas três cidades e em Viamão. – Não há, neste momento,
risco de desabastecimento. Mas tomamos a iniciativa de comunicar aos órgãos para
que fossem realizadas vistorias, porque identificamos uma retirada de água do
rio acima do permitido-, disse o diretor de Operações da Corsan, Jorge Accorsi.
Ele lembrou que havia ficado estabelecido que, quando as águas estivessem com
nível inferior a 1 metro no ponto de captação em Alvorada, seria dado o alerta
para a adoção de medidas preventivas. Conforme registros da Corsan, o rio está
com 85 centímetros no ponto de Alvorada. (CP, 15/12)