Santa Catarina está na rota do tráfico internacional de animais
2005-12-15
Animais raros originários da Amazônia e da Mata Atlântica que seriam vendidos ilegalmente para países da Europa e Estados Unidos foram recuperados ontem por uma equipe de 40 policiais federais e fiscais do Ibama em três cativeiros clandestinos de Itajaí, Balneário Camboriú e Itapema.
Cem tartarugas exóticas, quatro filhotes de tucano, um papagaio-do-peito-roxo e dezenas de aves ameaçadas de extinção seriam alvos de um esquema de tráfico internacional de animais que se iniciava no Norte do Brasil e finalizava em países europeus e nos Estados Unidos.
A investigação - denominada de Operação Trinca Ferro - teve início no Rio Grande do Sul em março e culminou com uma série de prisões e apreensões ontem em diversos estados. Adalberto Sales Bittencourt, Carlos Eduardo Miranda e Rols Watzko foram detidos preventivamente em Itajaí, Itapema e Balneário Camboriú, em casa, no início da manhã de ontem. Estruturas com galpões e até lagos para tartarugas foram encontradas nas residências.
Bichos chegavam a custar US$ 40 mil no mercado negro
Segundo o analista ambiental do Ibama de Brasília, Roberto Cabral Borgen, apenas Carlos Eduardo Miranda tinha registro de criador amadorista, o que não lhe dá direito de comercializar as aves.
O chefe da Polícia Federal de Itajaí, delegado Antônio Borges Filho, disse que o esquema tinha início na Amazônia. A maior parte dos animais era levada até Campinas (SP), de onde os catarinenses traziam as espécies em veículos leves.
Em Itajaí, Balneário Camboriú e Itapema, segundo a Polícia Federal, os animais eram mantidos em cativeiros e negociados com compradores americanos e europeus. As espécies iam em automóveis para a Argentina - por Uruguaiana (RS) - para embarcarem em navios. Alguns espécimes, segundo Borges, custavam US$ 40 mil (R$ 106 mil). (Agência RBS, 15/12)