Manejo e interpretação do solo amazônico são temas de livro
2005-12-15
A experiência acumulada em mais de 30 anos como pesquisador especialista em solos amazônicos acaba de ser reunida em livro lançado hoje no auditório do CREA-PA, em Belém. O autor de Solos: Manejo e Interpretação é o engenheiro agrônomo da Embrapa Amazônia Oriental (Belém-PA), José Raimundo Natividade Gama. Uma grande diversidade de temas relacionados ao manejo e a interpretação do solo comprova que, como um recurso natural renovável, o solo merece especial atenção de todos, já que se constitui em suporte para cobertura vegetal, fundamental à existência dos seres vivos.
O autor enumera como principais razões para que as terras se desgastem e tornem-se menos produtivas a perda de estrutura do solo, a perda de matéria orgânica, a perda dos elementos nutritivos e a perda de solo e boa parte do prejuízo pode ser evitado com o manejo adequado do solo que resumidamente significa diferentes formas de utilizá-lo. O pesquisador, que é doutor em solos e nutrição de plantas pela USP (Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiroz), cita entre elas, a rotação de culturas, o uso de adubos verdes, fertilização, irrigação correta e cultivo racional.
O livro aborda em diferentes capítulos além da erosão, as práticas conservacionistas e sistemas de manejo, levantamento e planejamento conservacionista, equação de perdas de solo, discussão e interpretação de dados analíticos, dinâmica nos nutrientes no solo e recomendações de calagem e adubação.
A publicação pode ser adquirida na Embrapa Amazônia Oriental, também refere-se às etapas posteriores à substituição da mata para implantação de cultivos agrícolas ou pastagens. Segundo ele explica, nos primeiros anos ocorre um enriquecimento da camada superficial do solo, isso se a erosão no local não for muito acentuada, já que há a liberação de nutrientes contidos na biomassa através da queima do material que pode ser desperdiçado se a erosão não for evitada.
José Raimundo Gama ressalta em seu trabalho que, em solos de textura média e arenosa, boa parte dos nutrientes é perdida por lixiviação. A capacidade de troca desses solos é normalmente baixa e a capacidade da planta cultivada de absorver os nutrientes limitada. E ele conclui : – A erosão hídrica no Brasil tem sido, sem dúvida, um dos fatores de desgaste que mais tem contribuído para a improdutividade do solo, facilitada e acelerada pelas práticas inadequadas de agricultura efetuada pelo homem-. (Embrapa, 14/12)