Combustível marítimo provoca danos ambientais, acusa ONG portuguesa
2005-12-15
O combustível marítimo derramado pelo navio porta-contentores CP Valour, encalhado junto à ilha do Faial, nos Açores, tem conseqüências menos graves do que o cru transportado pelos petroleiros, mas acarreta prejuízos ambientais, afirma a associação ambientalista Quercus, de Portugal.
–Este tipo de combustível não é tão denso como o crude que é transportado pelos petroleiros, por isso é óbvio que as consequências são menores–, disse Hélder Spínola, da Quercus.
–Tudo depende da quantidade de fuel que é derramado. Neste caso, parece que não será uma situação muito grave, mas na zona atingida há um impacto negativo, além de, a médio e longo prazo, os resíduos acabarem por ser dispersos–, acrescentou.
De acordo com Hélder Spínola, –há sempre um prejuízo para o ambiente, porque à superfície do oceano, onde há mais fuel, existe a base da cadeia alimentar de muitos organismos, que são consumidos pelos peixes e chegam ao homem–.
Apesar de as suas consequências não serem, à partida, muito graves, o ambientalista considera que este derrame é –mais um contributo para a degradação do ambiente–, que se vem juntar a outros poluentes que vêm da costa e à lavagem de tanques de petroleiros no mar.
O derrame ocorreu na sequência de um rombo num pequeno tanque de combustível do navio porta-contentores CP Valour, que está encalhado ao largo da ilha do Faial desde sexta-feira passada (9/12). A Marinha está procedendo às operações de remoção do navio, de bandeira da Bermuda, com 21 tripulantes a bordo. Foi já aberto um inquérito para apurar as causas do acidente. (Ecosfera, 12/12)