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2005-12-14
Reforçar proteção aos biomas brasileiros e expandir os planos de ação feitos na Amazônia para outras áreas ambientais do país. Essas foram duas das principais decisões tomadas pelos debatedores do Grupo Temático (GT) Biodiversidade e Florestas na 2ª Conferência Nacional do Meio Ambiente.

Maria Rejane Barbosa veio para a conferência representando a organização não-governamental (ONG) Fórum de Defesa dos Manguezais, da Paraíba. Segundo ela, o seu estado defendeu a preservação da caatinga e dos manguezais.

— Pedimos políticas públicas, integradas, com uma participação da sociedade civil organizada, das comunidades tradicionais, com os pescadores nas áreas de mangue, com os pequenos produtores nas áreas de caatinga. Pedimos também o apoio do governo, que é quem encaminha essas decisões - conta.

Para ela, essas ações são importantes porque os dois biomas são considerados pobres.

— Isso faz com que ele [a caatinga] venha cada vez mais perdendo importância e sofra muito desmatamento. Isso porque teoricamente não traz retorno econômico. No caso dos manguezais, eles sofrem uma degradação muito grande porque estão próximos às áreas urbanas.

O oceanógrafo Leopoldo Cavaleri, representante da ONG baiana Ecomar – Associação de Estudos Costeiros e Marinhos de Abrolhos que trata das áreas marinhas, afirmou que o primeiro tema discutido pelo grupo foi a questão florestal. Segundo ele, a proposta do GT é que o plano de ação para a contenção do desmatamento na Amazônia seja aplicado em outros biomas brasileiros, como o cerrado e a caatinga.

— São dois ecossistemas que estão muito esquecidos. A gente vê que existe um foco maior na mata atlântica e na Amazônia, e o cerrado e a caatinga acabam sendo prejudicados. Então esse plano de ação da Amazônia seria aplicado nos ecossistemas florestais brasileiro. Desmatamento foi um tema vastamente debatido. Aí, a gente percebe que existe um debate interessante e construtivo do setor empresarial com a sociedade civil - comenta ele.

O oceanógrafo disse que o GT fez bons avanços na discussão sobre Unidades de Conservação, principalmente no que diz respeito às unidades marinhas.

— Falamos da criação da Rumar, que é Rede de Unidade de Conservação Marinha e Costeiras do Brasil. Esse projeto, que foi solicitado na proposta, vem buscar mecanismos de financiamento alternativo como compensação ambiental e mecanismos de conversão de multas ambientais e direcionar esses recursos para implantação de novas unidades marinhas e costeiras - informa ele.

Cavaleri afirma que essa decisão deve reforçar o compromisso assumido pelo Brasil na Convenção da Diversidade Biológica, de ampliar, até 2012, para 30% a porcentagem de áreas marinhas protegidas. Hoje, segundo ele, o país tem apenas 1% dessas áreas com proteção.

— Eu acredito que é uma meta muito difícil de ser atingida. Mas o núcleo de zona costeira e marinha do Ministério do Meio Ambiente tem investido em políticas públicas para fortalecer essa rede nacional de áreas marinhas - contou ele. Durante a tarde desta terça-feira (13), todas as propostas feitas pelos grupos de trabalho da conferência que reúne governo e sociedade civil, foram votadas em plenária. (Estado de Minas, 13/12)

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