Desmatamento gera perda irreversível da biodiversidade na Amazônia, avaliam especialistas
2005-12-14
O desmatamento na Região Amazônica causa prejuízos irreversíveis para a biodiversidade, segundo pesquisadores do Inpa - Instituto de Pesquisas da Amazônia e do Museu Paraense Emílio Goeldi. Na avaliação da pesquisadora do Goeldi, Ana Luisa Albernaz, as áreas protegidas legalmente no país têm pouco apoio e ao longo da cabeceira do Rio Solimões, por exemplo, quase não existem áreas de proteção.
— Os conservacionistas acabam optando por proteger áreas distantes do ambiente de várzea, preferindo trabalhar onde não existe ocupação do homem. É preciso fazer algo em relação à perda da biomassa e da biodiversidade provocada pelos desmatamentos - afirma.
A pesquisadora abordou a questão por ocasião da mesa redonda Integridade Biótica na Amazônia, quando se destacou o fato de que os ecossistemas e a biodiversidade da Amazônia vêm sendo influenciados negativamente pelo processo de ocupação regional, sendo que mais de 12% da floresta já foi derrubada nas últimas décadas. Destacou-se, ainda, o fato de que as áreas desmatadas se encontram em diferentes estados de degradação tanto do solo como da biodiversidade animal e vegetal.
Para o pesquisador do Inpa, Antônio Manzi, existe uma relação direta entre o desmatamento e as mudanças climáticas, com alterações inclusive no regime pluviométrico da Amazônia. Ao concluir a palestra, o coordenador da mesa redonda, o pesquisador Luiz Antônio Oliveira, também do Inpa, afirmou que o segredo da sustentabilidade é também um problema de escala biotecnológica.
— O desmatamento provoca mudanças climáticas, alterações na biodiversidade da flora e da fauna, e alcança, até mesmo, os microorganismos e enzimas existentes no ambiente da região - afirma. (Radiobrás, 13/12)