Central de separação está na pauta do fim de ano em Santa Cruz do Sul
2005-12-14
Os problemas relacionados ao recolhimento de descartados estão mais perto de
serem resolvidos. Até o fim deste ano, representantes da Prefeitura e da
Associação dos Diplomados na Escola Superior de Guerra (Adesg) se reunirão para
discutir o melhor funcionamento da cadeia do plástico no município.
O encontro, previsto inicialmente para a próxima sexta-feira, no Salão Nobre,
contará ainda com a presença dos distintos grupos de triadores que existem na
cidade. E pode ser o primeiro passo efetivo para a criação de uma central global
de separação em Santa Cruz, onde outros materiais também seriam reaproveitados
de forma mais eficiente. – Vamos aproveitar a ocasião para começar a tirar essa
idéia do papel-, adianta o prefeito José Alberto Wenzel (PSDB).
Ele vê nesse projeto o remédio para o mal crônico que tem na intensa circulação
dos carrinhos de papeleiros na zona central como um de seus principais sintomas.
Pela proposta do poder público, as associações de catadores e pequenas empresas
do setor passariam a atuar de forma conjunta, em uma espécie de cooperativa. O
objetivo seria o de diminuir as distâncias entre a coleta, a seleção e a venda.
Por meio dela, também haveria horários específicos para recolhimento de
materiais descartados no Centro e o uso de uniformes. Esses últimos, para
identificar quem faria parte da iniciativa e estaria habilitado ao serviço. –
Precisamos sentar ainda com o pessoal da CDL e do Sindilojas para que eles
possam dar suas sugestões. Devemos integrar todos. Mas uma coisa é certa: chegou
a hora de encararmos isso.-
ESQUINA – Só que, enquanto isso não acontece, o problema segue vivo. No
começo da noite do dia 30 de novembro, a esquina da Marechal Floriano com a 28
de Setembro estava tomada por papelões. Cena igual podia ser vista no cruzamento
da Floriano com a Júlio de Castilhos na tarde do dia anterior.
– Trabalho com isso porque preciso. A culpa da coisa estar deste jeito não é
nossa. Quem diz e não faz é a Prefeitura-, afirma a papeleira Olinda dos Santos,
55 anos. A opinião dela está relacionada ao que foi dito por Wenzel em dezembro
do ano passado, quando a Gazeta do Sul fez uma radiografia da coleta de materias
descartados na área central.
Diante dos pontos negativos apresentados na ocasião, ele anunciou que, depois de
empossado, pretendia criar um pólo de separação e reaproveitamento na usina que
fica no Bairro Dona Carlota. – Saio de casa às 7h e só volto perto das 20h.
Gasto chinelo andando por aí. Se a coisa funcionar mesmo, vou gostar. Irei me
cansar menos-, confessa Olinda, mostrando que os motoristas e pedestres não são
os únicos que torcem pelo fim dessa novela. (Gazeta do Sul, 13/12)