Conferência debate meio ambiente
2005-12-12
No segundo dia da 2ª Conferência Nacional do Meio Ambiente, realizada em
Brasília, os participantes debateram sobre Política Nacional de Resíduos Sólidos,
Semi-Áridos, Plano Nacional de Recursos Hídricos e Plano de Gestão de Florestas
Tropicais. O secretário nacional de Recursos Hídricos, João Bosco Senra, que
participou da discussão a respeito do plano nacional do setor, disse que o
objetivo da proposta é priorizar áreas mais carentes e populações mais pobres do
país. Senra explicou que o plano foi construído com a participação de 400
entidades e está na fase de implementação. – Estamos discutindo a realização de
oficinas de capacitação para elaborar os planos estaduais e discutir com a
sociedade civil e ONGs-. O secretário disse que o país quer avançar na proposta
em 2006, definido pela ONU como o Ano Internacional de Combate à Desertificação.
Entre as atividades previstas para hoje, além das palestras e dos debates, estão
a entrega do Prêmio Chico Mendes e do Prêmio Ecoturismo Sustentável. Cerca de 2
mil pessoas, entre delegados de todos os Estados, representantes de ONGs,
ambientalistas e autoridades, participam do evento. A abertura ocorreu sábado
(10/12), na presença da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. A conferência
tem cinco temas principais: Biodiversidade e Florestas, Qualidade Ambiental nos
Assentamentos, Água e Recursos Hídricos, Elementos de Uma Estratégia Nacional
para o Desenvolvimento Sustentável e Fortalecimento do Sistema Nacional de Meio
Ambiente (Sisnama) e Participação Social.
Ontem à tarde (11/12), cerca de 800 delegados aprovaram o regimento interno do
evento. A novidade desta edição é a ampliação do prazo de entrega de moções de
apoio ou repúdio a ações ambientais ou de governo, que serão aceitas pela
Comissão Organizadora até hoje (12/12). Serão votadas no último dia do evento:
amanhã (13/10).
Transgênicos são criticados na Conferência do Meio Ambiente
A transposição do Rio São Francisco e os alimentos transgênicos são as questões
que mais estão gerando polêmica na 2ª Conferência Nacional do Meio Ambiente. Os
participantes debateram 3.800 propostas vindas de 27 conferências estaduais de
Meio Ambiente.
A forma como a legislação sobre alimentos transgênicos está sendo conduzida no
Brasil é a campeã em críticas feitas pelos participantes. – O transgênico está
livre no país para ser plantado-, reclama o coordenador nacional de Política
agrícola da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf), Gilmar
Pastorio. Para os participantes, a questão não se encerra na permissão ou não de
alimentos geneticamente modificados, mas envolve a escolha do modelo tecnológico
que o país quer seguir. – Defendemos um modelo economicamente sustentável a
partir da agroecologia-, afirma.
Pastorio explica que a transgenia leva à economia a partir da monocultura e acaba
com uma das principais categorias que é a agricultura familiar. É impossível a
agricultura familiar concorrer com transgênico , explica. As determinações
finais serão levadas ao Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama). (JC, CP, 12/12)