Estudo revela que plantar floresta não é boa solução
2005-12-12
Em tempos em que a palavra aquecimento global anda superutilizada, um estudo apresentado esta semana nos Estados Unidos, no encontro da União Geofísica Norte-Americana, coloca mais complexidade na discussão. Ao contrário do que receitam as cartilhas ambientais para mitigar o aumento das temperaturas no planeta, plantar florestas pode não ser uma boa solução.
Conforme aponta o estudo realizado por pesquisadores do Laboratório Nacional Lawrence Livermore e do Instituto Carnegie, no médio prazo grandes florestas plantadas principalmente nas zonas temperadas do mundo vão mais atrapalhar do que ajudar a diminuir as temperaturas. Os modelos climáticos obtidos indicam que tais florestas, por absorverem muita luz solar devido a suas cores escuras, vão esquentar a Terra.
No curto prazo, enquanto as árvores plantadas crescem, continua valendo a tese de que isso é benéfico para, por exemplo, aumentar a quantidade de carbono seqüestrado da atmosfera. O estudo afirma que, no período de alguns séculos, florestas plantadas no intervalo de 30 graus a 50 graus de latitude poderá, em nível regional, aumentar os termômetros em até 4,8 graus Celsius.
Regiões próximas ao Equador A conclusão do estudo, que sinaliza um efeito benéfico do plantio de árvores no espaço de décadas, mas um problema grave quando a escala de tempo aumenta, aponta para um caminho totalmente diferente quando as latitudes estudadas estão mais próximas ao Equador. O diagnóstico tanto a curto como a longo prazo são, nesse caso, idênticos.
Segundo a modelagem, para as florestas tropicais, o benefício será sempre o mesmo. Além de seqüestrar carbono, elas não contribuem para o aumento das temperaturas por causa das altas taxas de evaporação. A preservação dessa regiões, então, é cada vez mais fundamental, defendem os cientistas. (Agência Estado, 11/12)