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2005-12-12
O pólo ceramista de Santa Catarina fez as contas e tomou uma decisão: iniciar um lento retorno ao passado. Desde o fim da década de 90, acreditou e investiu milhões de dólares em equipamentos e tecnologia para queimar gás natural em fornos, além de usar o combustível em partes do processo industrial. A noção de combustível do futuro trombou com um problema insolúvel: preço. A Cecrisa, uma das maiores indústrias de cerâmica do País, com produção anual superior a 30 milhões de metros quadrados, deu a largada para abrir mão do gás natural. Vai investir na produção de gás a partir do carvão e da turfa, um combustível fóssil farto no Brasil.

Dic Freire, responsável pelos projetos energéticos da Cecrisa, já comemora o resultado dos primeiros testes da unidade piloto de gaseificação.

— Com o resultado obtido nessa instalação, vamos redesenhar o projeto para aplicar em escalas maiores em outras fábricas. O objetivo é deixar o gás natural - diz Freire. O investimento em 11 gaseificadores consumirá R$ 15 milhões.

Segundo José Zimmermann, diretor de Operações da Cecrisa, 60% da demanda de energia da empresa é abastecida pela concessionária de gás natural de Santa Catarina, a SC-Gás. Com os novos aumentos do gás aplicados pela Petrobrás, a diferença de preços entre os dois energéticos tornou a situação insustentável.

— Em outubro, o custo que a Cecrisa pagou por gigacaloria consumida de gás natural chegou a R$ 81, enquanto o de carvão ficou em R$ 14 - compara.

A diferença é tão grande que é capaz até de um senão no plano ambiental, que amparou, no passado, a decisão da empresa de adotar o gás natural no final da década de 90.

— Não era o que desejávamos. O gás natural é um insumo muito mais simples de ser usado. O gaseificador, pelo contrário, requer uma nova unidade industrial e isso exige cuidados, mas a diferença de preço é muito elevada - diz Zimmermann.

A mudança da Cecrisa é mais simples. A empresa havia decidido, desde o início da oferta de gás natural, não usar o insumo em todos os processos industriais. Da demanda total, 45% era e continua a ser atendida pelas carboníferas. Carvão usado para produzir vapor, que seca a argila utilizada na produção de placas cerâmicas.

— Creio que a indústria cerâmica abandonará primeiro o gás natural utilizado para os secadores. O investimento em gaseificadores de carvão e turfa dependerá dos resultados - avalia.

Murilo Bortoluzzi, presidente da Associação Sul-Brasileira de Cerâmica para Revestimento, acha que a decisão é um retrocesso, mas vale, nesse caso, a garantia de competitividade de um setor que exportou US$ 327 milhões em 2004.

A indústria carbonífera gosta desse movimento das cerâmicas e quer lançar, em breve, um projeto para dominar a tecnologia de gaseificação.

— A Cecrisa saiu na frente, mas o conhecimento que a empresa terá com o próprio desenvolvimento não será repassado para o concorrente. O setor do carvão fará esta oferta - diz Fernando Zancan, do Sindicato das Carboníferas. (O Estado de S. Paulo, 11/12)

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