Numa audiência pública transmitida on line, na tarde de sexta-feira (9/12), o arquiteto Telmo Magadan, presidente da Ventos do Sul, sócia da usina eólica em construção no litoral norte gaúcho, anunciou a liberação de verba de R$ 800 mil para diversos projetos ambientais da Prefeitura de Osório. É a contrapartida dos empresários à boa vontade demonstrada ao projeto pelas autoridades do município.

Serão financiadas atividades nas áreas de saneamento ambiental, com destaque para a revitalização de lagoas poluídas, regeneração de áreas alteradas, controle de erosão, manuseio de resíduos, monitoramento da fauna e implantação da Reserva Biológica do Morro da Borússia, onde será construído um mirante.

A secretária de meio ambiente de Osório, bióloga Leda Famer, afirmou que a principal preocupação em relação às lagoas é com o nível de coliformes fecais, mas admitiu que serão tomadas providências caso se verifique que exista necessidade de monitorar, controlar ou eliminar algum outro tipo de contaminação - por produtos químicos, por exemplo.

O prefeito de Osório, Romildo Bolzan Jr., disse que até fevereiro de 2006 sairá o licenciamento para a implantação da Reserva Biológica do Morro da Borússia. Quanto ao mirante, que facilitará a visão do parque eólico, será construído até março de 2007.

Após a construção das 75 torres onde serão instalados os cataventos com capacidade de geração de 2 MW cada — o primeiro gerador deverá operar em janeiro e os outros entrarão em atividade à medida que ficarem prontos; a previsão é que todos já estejam produzindo no final de 2006 —, os empreendedores prometem a implantação de um centro de referência ambiental, que promoverá em seu auditório seminários e palestras internacionais, com participação de biólogos e ambientalistas de todo o mundo.
Por Geraldo Hasse, direto de Osório para O Diário dos Ventos, série exclusiva do Ambiente Já sobre a construção do maior parque de geração de energia eólica do Brasil (com a colaboração de Cláudia Rodrigues).