Diretor do Já Editores responde ao artigo Plantações Florestais no RS
2005-12-12
Recebi pelo e-mail um texto assinado pela bióloga Ana Paula Fagundes, que está sendo distribuído por diversos grupos de discussão na internet. Em respeito ao movimento ambientalista, gostaria de dizer o seguinte:
O seminário Plantios Florestais no Rio Grande do Sul: Desafios e Oportunidades foi concebido e formatado pelos jornalistas da JÁ Editores (Ambiente JÁ). Foi uma idéia que surgiu nos constantes contatos que mantemos com as empresas e com as entidades ambientalistas, para produção de conteúdos jornalísticos.
Já havíamos feito um primeiro seminário, em março, que reuniu 465 pessoas interessadas nesse tema. Na ocasião, pela primeira vez representantes das empresas e das ongs expuseram frente a frente suas divergências. Publicamos um livro com o resumo das palestras e dos debates.
Em agosto surgiu um fato novo, com a vinda de mais uma grande empresa interessada em plantios florestais para produção de celulose no Rio Grande do Sul. As próprias empresas manifestaram interesse em trocar informações, inclusive ouvir as razões dos que se opõem ou querem discutir os seus projetos. Pareceu-nos oportuno fazer um segundo seminário ainda este ano.
Tivemos apoio imediato de todas as entidades e ongs que procuramos. A Associação Riograndense de Imprensa atribuiu tal importância ao evento que o inseriu nas comemorações dos seus 70 anos e seu presidente fez a abertura do Seminário.
Nós somos uma empresa de jornalistas, buscamos a informação, para produzir massa crítica. Realizamos eventos em busca de conteúdo, para gerar informação qualificada. É disso que vivemos. Não temos interesse nenhum em manipular um evento para favorecer este ou aquele. Seria fraudar o nosso próprio negócio. Está saindo um caderno especial no nosso jornal sobre o evento, vai sair um livro com as palestras e os debates.
Nós acreditamos que o único instrumento que uma democracia tem para resolver certas contradições é o diálogo, o debate, a busca de um entendimento. Ainda que ele seja sempre imperfeito, como terá sido o nosso seminário. Mas teriam ficado lá, num dia de trabalho, seis horas cerca de 200 pessoas, a maioria estudantes e professores universitários, ouvindo discursos falsos e absurdos?
Críticas aceitamos com humildade. Mas a articulista nos acusa de má fé e para tornar convincente seu pobre discurso não hesita em torcer os fatos. Querer desqualificar os interlocutores, mesmo sem conhecê-los, é atitude típica de quem não acredita no diálogo. É reação de quem tem verdades prontas e pensa que tudo o que a contraria faz parte de uma conspiração odiosa.
Por Elmar Bones, diretor JÁ Editores (elmar@jornalja.com.br)