Sob pressão, Estados Unidos cedem na cúpula do clima
2005-12-12
Os Estados Unidos declinaram de sua posição na manhã de sábado (10/12) nas conversações sobre acordos não mandatórios relacionados ao aquecimento global após um ajuste de poucas palavras no texto da declaração que, 24 horas antes, haviam motivado um oficial americano a abandonar as negociações. Ao mesmo tempo, outras nações industrializadas que assinaram o Protocolo de Kyoto, acordo relacionado ao corte de emissões de gases de efeito estufa, concordaram em começar a buscar novos prazos, uma vez expirado o do acordo, que é o ano de 2012.
Esta é a natureza do progresso obtido em 17 anos de esforços das nações mundiais para enfrentar as conclusões dos cientistas de que as emissões relativas à queima de combustíveis essenciais como carvão e petróleo levam ao aumento das temperaturas e podem romper com os padrões climáticos, inundando áreas costeiras.
Os Estados Unidos e a China, atualmente líderes mundiais nas emissões de gases de efeito estufa, ainda recusavam-se a dar passos obrigatórios para cortar suas emissões, ao mesmo tempo em que a cúpula se encaminhava para o encerramento, sábado (10/12). Contudo, há um crescente senso de que algumas barreiras que permaneciam, paticularmente entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, começaram a cair sob o peso de que a evidência da mudança climática está trazendo perigos potenciais.
Em sinal de seu crescente isolamento em questões climáticas, a administração Bush ficou sob fortes críticas por abandonar as discussões informais no que diz respeito à busca de novas soluções para a redução das emissões com base na Conferência Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática de 1992.
O líder dos negociadores americanos, Harlan L. Watson, foi assediado por líderes de nações industrializadas por ter se recusado a negociar avanços nas metas relativas ao tratado. O ex-presidente Bill Clinton advertiu ambas as partes po r sua falta de flexibilidade. No fechamento da sessão de cerca de 50 delegados, Watson objetou-se a declarar cooperação com o propósito da conferência quadro de 1992, levantou-se e partiu. Os ambientalistas criticaram-no amplamente.–Isto apenas mostra como o administrador norte-americano está se afastando de um planeta saudável e de suas responsabilidades com seu próprio povo–, afirmou Jennifer Morgan, diretora do projeto de mudança climática do Fundo Mundial para a Natureza (WWF). (NY Times, 11/12)