Negociações da Águas Argentinas em detalhe final
2005-12-12
A venda da Águas Argentinas está a ponto de ser formalizada. As negociações estão nos últimos detalhes. Dois empresários argentinos farão parte do grupo comprador. Os último entraves consistem em aspectos regulatórios da concessão, especialmente ligados a tarifas. –Estamos nos detalhes finais–, dizem os principais atores das negociações, –mas esses detalhes são mais complexos, são de grande dificuldade–. Os empresários envolvidos, sem dúvida, não querem comprometer lances que poderiam encerrar a operação.
Quem está vendendo sua participação na Águas Argentinas são as mesmas operadoras européias que em setembro último pediram a rescisão do contrato de concessão: as francesas Suez e Vivendi, a espanhola Agbar e a inglesa Anglian Water. Suez e Agbar – nesta última a Suez tem maioria acionária– ficariam com uma porcentagem da Águas Argentinas: 3,75% cada una. O Banco de Galícia, que é hoje acionista da empresa, ficaria com 8,26%, e os empregados, também acionistas através do Programa de Propiedade Participada (PPP), reteriam uns 10%. O Banco Mundial, através da Corporação Financeira Internacional (CFI), tem uns 5 % da empresa, e os negociadores não prevêem mudanças a respeito.
Os compradores teriam, portanto, 69,24% da Águas Argentinas. Neste grupo, os que mais pesam são os fundos de pensão Fintech e Latin America Assets. Mas, nos últimos dez dias, começou a se fechar a integração de um grupo de empresários locais, ligados ao negócio financeiro, embora também com participação em outras operações na área sanitária, dentro do país.
A operação segue uma evolução similar à que ocorreu com a Águas de Santa Fé, de onde o Grupo Suez saiu, anunciando que ia embora do país, pediu a rescisão do contrato, mas agora está fechando a venda com um grupo encabeçado por Sergio Taselli, acionista da Ferrocarriles Metropolitanos (trens Roca e Belgrano Sur), entre outras companhias.
Com relação à operação de Santa Fe, a da Águas Argentinas tem uma diferença, que tem a ver com regulação tarifária. Em Santa Fe, o governo provincial ofereceu à Suez um ajuste de 25% nas tarifas a partir de janeiro próximo, mais outro de 5% em 2007 e outro tanto em 2008, em troca de um programa de investimentos mínimos comprometidos. Embora os franceses tenham recusado a oferta, o aumento tarifário ficou como proposta eu o comprador da empresa poderá retomar como base de negociação.
As negociações arrancaram com o governo aceitando que haveria uma readequação no contrato e que isso implicaria algum tipo de ajuste tarifário. Mas agora, com a preocupação oficial com relação à alta da inflação, isto esfriou, e os funcionários não estão mais dispostos a firmar nenhuma aumento tarifário, por mais que saibam que a água tem uma incidência quase nula no índice do custo de vida. (Clarín, 9/12)
Novo sistema permite mapa diário da poluição mundial
Com a ajuda de satélite, mapas holandeses localizar cidades poluídas
Cientistas holandeses estão elaborando mapas mostrando a poluição na Europa e outras regiões do planeta com um novo sistema que observa a troposfera, a parte mais baixa da atmosfera.
O Instrumento de Monitoramento de Ozônio (OMI), um equipamento de fabricação holandesa e finlandesa, e outros equipamentos do satélite Aura, poderão elaborar uma análise diária da qualidade do ar no mundo. Os mapas de poluição, que poderão dar detalhes em cada cidade, serão usados para identificar locais com problemas mais graves.
–Esta é a primeira vez que somos capazes de acompanhar a poluição no mundo todo, diariamente–, disse a cientista Pieternel Levelt, do Instituto Real Holandês de Meteorologia, que é o principal investigador do OMI. –Os mapas vão nos ajudar a entender como a poluição é formada e de onde vem, quais são suas fontes; onde vai. Tudo isso nos ajuda a entender a química envolvida e é importante se nós quisermos checar nossos modelos–, acrescentou.
Levelt anunciou o projeto na Reunião de Outono da União Americana de Geofísica (AGU), em San Francisco, Estados Unidos. A equipe da cientista apresentou mapas que estão sendo desenvolvidos para detectar dióxido de nitrogênio (NO2). O gás, que vem de escapamentos de veículos, usinas de força e da indústria, é um importante precursor na produção de ozônio ao nível do chão, parte da poluição fotoquímico que pode deteriorar o ar na cidade, principalmente nos meses de verão.
Seguindo o desenvolvimento e a disseminação do NO2, o sistema OMI poderá ser usado para ajudar nas previsões de onde o problema de atmosfera poderá se desenvolver e também identificar locais onde o problema é mais grave.
Um dos mapas, apresentado em San Francisco, que reuniu informações de maio a setembro de 2005, mostrou emissões altas em algumas cidades européias, em particular sobre a Antuérpia, Rotterdam e a região do rio Rhur, na Alemanha.
O instrumento OMI também pode detectar a presença de formaldeído, dióxido de enxofre, outras partículas pequenas e também o ozônio da troposfera.
A equipe de cientistas holandeses ainda está na fase piloto do projeto de mapeamento, mas espera iniciar o fornecimento de informações para todas as partes do mundo. (BBC, 11/12)