Bioma rico mas pouco conhecido
2005-12-12
Até maio de 2004, quando foi publicado um novo mapa para os biomas brasileiros
pelo IBGE e Ministério do Meio Ambiente, o Pampa fazia parte do bioma Campos
Sulinos, que cobria a região da Campanha e os campos de cima da Serra. Daí em
diante, o Pampa foi reconhecido como um bioma aparte, assim como a Amazônia, a
Mata Atlântica, o Pantanal, o Cerrado e a Caatinga. Os campos de cima da Serra
agora integram o bioma Mata Atlântica.
No Brasil, o Pampa é restrito ao Rio Grande do Sul, ocupando 63% da área do
estado, de Leste a Oeste, na metade sul e em parte da região noroeste. O Pampa
pode ser encontrado também na Argentina e no Uruguai. A área de Pampa dos três
países é a maior extensão de pastagens naturais do globo, cobrindo 700 mil
quilômetros quadrados. Apesar de caracterizada por extensas planícies que à
primeira vista parecem ermas e homogêneas, a região é extremamente rica em
espécies animais e vegetais. Ainda não existem estudos específicos sobre as
riquezas naturais do Pampa, mas pesquisas realizadas nos campos gaúchos,
incluindo os de cima da Serra, revelaram a existência de 102 tipos de mamíferos,
476 de aves e 50 de peixes.
Entre os animais que vivem no Pampa, estão a ema, o ratão-do-banhado, a capivara,
o papa-mosca-do-campo, a curruíra-do-campo, o quero-quero, o gavião-chimango, o
tatu, o veado campeiro, o lobo guará e o graxaim. O Pampa é uma das regiões do
Planeta onde a fauna de pássaros está mais conservada, graças aos milhares de
insetos e pequenos animais que vivem nos campos. O bioma também abriga
aproximadamente cem tipos de árvores e arbustos e cerca de 200 espécies de
gramíneas. Um pasto europeu, por exemplo, não costuma ter mais que algumas
dúzias de espécies. O Pampa também é rico em cactos, bromélias e orquídeas.
Existem, ainda, animais e plantas endêmicas, que só ocorrem ali. (Revista do
Ibama, 09/12)