Poluição da baía Sul de Florianópolis ameaça maricultura
2005-12-09
Os maricultores do Ribeirão da Ilha vão se empenhar na busca de R$ 13 milhões para que a Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) possa executar seu projeto de coleta e tratamento do esgoto produzido na região. Essa foi uma das principais decisões do seminário sobre a qualidade das águas da baía Sul de Florianópolis, realizado quarta-feira e ontem no Conselho Comunitário do Ribeirão.
— Teremos que fazer pressões para obter os recursos e garantir que a Casan execute seu projeto - diz o coordenador de maricultura e pesca do Instituto de Geração de Oportunidades de Florianópolis (Igeof), órgão da Prefeitura da Capital, Celso Sandrini.
— Infelizmente, essas questões de saneamento só têm sido resolvidas por pressão das comunidades ou do ministério público e da Justiça, como verificamos na Lagoa da Conceição e na Costeira do Pirajubaé - acresenta Sandrini.
— O Ribeirão é quem proporciona maior retorno econômico para a cidade, pois enquanto o turismo é algo difícil de quantificar, a maricultura tem os números precisos de empregos e empresas instaladas na região - destaca. — As três maiores empresas de maricultura do Brasil estão instaladas no Ribeirão da Ilha, então nada mais justo que receba um sistema de saneamento - considera.
Segundo Sandrini, existem preocupações com a qualidade das águas de cultivo de ostras e mexilhões: — Pois se aparecer alguma pessoa doente devido ao consumo de moluscos, todo um esforço que está se consolidando irá por água abaixo - teme.
Os problemas com a qualidade das águas da baía Sul foram abordados por técnicos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que desenvolveram pesquisas recentes na região. (A Notícia, 09/12)