Candiota 3 concentra apostas
2005-12-09
Com a entrada de Jacuí I, os quatro projetos térmicos a carvão do Rio Grande do
Sul estão confirmados no leilão de energia nova, dia 16. O que não significa que,
de projetos, passarão à condição de empreendimentos. Pelo contrário. Apesar do
otimismo do governo estadual, o único projeto considerado com chances reais de
ser viabilizado no leilão é Candiota 3. A avaliação entre os potenciais
investidores dos projetos a carvão é de que o preço máximo estipulado, de R$
116,00 por MW, não é suficiente para remunerar o investimento. Seriam
necessários mais de 20 anos para ter retorno do capital investido. A estimativa
é que o MW gerado a carvão não poderia ficar abaixo de R$ 130,00. A expectativa
dos investidores era que o leilão estipulasse preços diferenciados, conforme a
fonte de energia. Não foi o que ocorreu: haverá preço único. As esperanças, no
entanto, não acabaram. Há mudanças constantes nas regras, tanto que Jacuí I, que
havia perdido o prazo para entrega de documentação, foi incluída ontem (08/12).
Com ela, haverá 141 empresas no leilão.
A aposta em Candiota 3 se explica pela participação de uma estatal federal no
projeto, a CGTE. Aliás, a impressão entre os investidores é de que as regras
foram criadas justamente para viabilizar as usinas de participação estatal e
segurar tarifas. Com o preço estipulado, só teriam vez as usinas hidrelétricas.
Embora Candiota 3 tenha chances, também ela pode ficar de fora. O fracasso na
oferta de energia, no entanto, não representará, necessariamente, um novo
engavetamento de projetos. A Aneel já sinalizou pelo menos três leilões em 2006.
Se os preços forem mais competitivos, haverá chances. (Denise Nunes, CP, 09/12)