ONG recusa contribuição de empresa infratora em SP
2005-12-08
A ONG Copaíba está cortando as relações com um de seus contribuintes. Pior que isso, denunciou às autoridades competentes que a empresa de turismo Parque dos Sonhos cometeu agressões ambientais em uma mata ciliar, na divisa de Socorro, SP, com Bueno Brandão, MG. Por colaborar com a Copaíba, a Parque dos Sonhos recebia o título de Amiga da Natureza. No entanto, demonstrou ser inimiga da Mãe Natureza. Abriu uma estrada, cortou a vegetação, construiu uma ponte _ tudo sem qualquer licença ambiental e em Área de Preservação Permanente. O proprietário, principal empresário do ramo de turismo da cidade foi alertado diversas vezes pela entidade, mas não deu importância.
— Agora ele alega que tudo está sendo feito para benefício de deficientes físicos, ignorando que o rio é a principal fonte de abastecimento de Socorro-, aponta Tiago Sartori, diretor executivo do Projeto Copaíba. Tiago ainda lembra que havia outras alternativas, menos impactantes, fora da área de preservação. Ele é membro do Grupo Temático de Áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal da RMA, que esteve reunida a semana passada em Atalanta, no Vale do Alto Itajaí, em Santa Catarina.
A Rede de ONGs da Mata Atlântica está enviando uma carta ao Ministério Público de São Paulo e Minas Gerais sobre o fato. A empresa foi multada pelo órgão ambiental paulista, mas do lado mineiro ainda não. A multa cobrada foi de pouco mais de 700 reais.
O Projeto Copaíba tem seis anos de atividade. Realiza trabalhos de restauração de mata ciliar e educação ambiental na região do circuito das Águas Paulistas. Dispõe de um viveiro de mudas nativas no terreno do Centro de Integração do Idoso de Socorro. A principal fonte de recursos da Copaíba vem de empresas, que integram a campanha Amiga da Natureza. (RMA, 7/12)