China oferece ajuda para combater mancha de benzeno na Rússia
2005-12-08
A China ofereceu ajuda à Rússia para combater a contaminação no rio Amur, assim que a mancha de benzeno e nitrobenzeno procedente do rio chinês Songhua desembocar no russo, informou, na terça-feira (6/12), um porta-voz oficial. –A contaminação ainda está no rio Songhua, na China. Estamos fazendo o possível para limpar a mancha de poluição dentro do território chinês–, disse Qin Gang, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores.
O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, enviou uma carta ao primeiro-ministro russo, Mikhail Fradkov, na qual afirmou que –a China está preparada para cooperar com a Rússia na limpeza da mancha–, segundo Qin. Cientistas chineses e russos já atuam juntos nas medições das partículas poluentes na água. A China enviou à Rússia diversas equipes e máquinas para ajudar nos trabalhos do outro lado da fronteira.
–Os departamentos ambientais, de conservação de água e de emergência dos dois países, já estão colaborando entre si–, disse o porta-voz, que afirmou que a China pediu desculpas à Rússia pelo acidente. –Estamos tomando todas as medidas possíveis para reduzir a contaminação da água a níveis mínimos dentro da China–, continuou Qin, que não soube dizer quando a mancha de água poluída chegará à fronteira.
Milhões de pessoas foram afetadas na China por causa da contaminação da água, em um dos piores acidentes ambientais das últimas décadas no país. Ele foi causado por uma explosão em uma fábrica petroquímica na província de Jilin em 13 de novembro último.
As quantidades de benzeno e nitrobenzeno presentes na água chegam a ser 80 vezes maiores que os níveis aceitáveis para o consumo humano. Por isso, as autoridades interromperam o fornecimento de água em grandes cidades banhadas pelo rio, inclusive Harbin, onde vivem mais de 9 milhões de pessoas.
A contaminação, que por enquanto não parece ter prejudicado as relações entre China e Rússia, levou à demissão do diretor e de dois chefes da fábrica, pertencente à petroquímica China National Petroleum Corporation. Além disso, o ministro do Meio Ambiente da China, Xie Zhenhua, foi destituído por esconder a catástrofe, já que, embora tenham sido tomadas as medidas pertinentes em colaboração com as autoridades locais, o problema só foi informado aos cidadãos quando o pânico se espalhou pela população. (EFE, 7/12)