Desastres meteorológicos dão prejuízo de US$ 200 bi em 2005
2005-12-08
As perdas ocasionadas em 2005 por desastres naturais relacionados à meteorologia chegaram a US$ 200 bilhões, segundo os cálculos preliminares da Fundação Re de Munique, anunciados ontem em Montreal. Os dados foram apresentados durante a XI Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, iniciada em 28 de novembro e que irá se estender até amanhã (9/12) na cidade canadense.
As perdas cobertas por seguros, segundo os dados do estudo, foram de mais de US$ 70 bilhões. Conforme a Fundação Re de Munique, os números são significativamente superiores aos de 2004, até agora o ano em que mais se gastou com desastres meteorológicos, quando as perdas econômicas foram de US$ 145 bilhões e as asseguradas totalizaram US$ 45 bilhões.
As razões do aumento das perdas são –parcialmente resultado do maior número de furacões e tempestades tropicais nunca visto desde o início dos registros, em 1850–. A instituição alemã indicou que o aumento é parte de uma tendência mantida que está sendo vinculada –por muitos no setor de seguros à mudança climática devido às emissões de gases–.
O setor de seguros também considera o aumento de grandes tempestades tropicais no Atlântico e no Pacífico --até 50% maiores que nos anos 1970-- as maiores chuvas registradas em Mumbai, na Índia, e o primeiro furacão que se aproximou do território europeu.
Thomas Loster, diretor-executivo da Fundação e membro da Iniciativa Financeira do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), disse que –há fortes indícios nesses números que vemos como prognósticos de prováveis impactos da mudança climática–.
Loster afirma que o custo de outros desastres naturais comparados aos meteorológicos é muito superior.
–Não queremos desvalorizar a tragédia humana de terremotos como o recente do Paquistão, que podem matar milhares de pessoas ao ano. Mas nossas conclusões indicam que é o custo dos desastres relacionados com a meteorologia que está aumentando–, explicou. (EFE, 7/12)