Ministério reduz busca a OGM
2005-12-07
A Superintendência do Ministério da Agricultura no Estado suspenderá o esquema
de fiscalização montado para rastrear lavouras com milho transgênico, cultivadas
com sementes clandestinas supostamente contrabandeadas da Argentina para o Rio
Grande do Sul. Conforme o superintendente do Mapa/RS, Francisco Signor, será
mantida apenas a inspeção de rotina, que inclui, entre outros, o controle de
sementeiras. Segundo ele, apesar das denúncias de venda de sementes
geneticamente modificadas e da identificação de produtores, os fiscais não
encontraram até agora nenhuma área com o grão transgênico. Quatro equipes do
Mapa estão trabalhando no interior do Estado.
Signor espera que a Polícia Federal (PF) assuma a investigação. Mas, conforme
assessores da PF, isso só acontecerá mediante a comprovação de contrabando. O
Ministério Público Federal prossegue a apuração, mas tem mantido as informações
em sigilo. Na semana passada, o Mapa divulgou o resultado da análise de milho
transgênico entregue pela Via Campesina, que apontava 93,5% de transgenia. Em
novembro, o deputado Frei Sérgio Görgen (PT) apresentou denúncia de
comercialização de sementes em Barão de Cotegipe, cujos testes indicaram 27,5%
de OGMs.
Ontem (06/12), a Monsanto divulgou nota esclarecendo que desconhece a
procedência dessas sementes. O texto ressalta que a multinacional repudia e
desestimula o plantio ilegal, seja de sementes convencionais ou transgênicas. E
informa que a empresa tem realizado no Brasil as pesquisas autorizadas pela
CTNBio. Entre elas estão o milho YieldGard®, resistente a insetos, e o Roundup
Ready®, tolerante ao glifosato. Porém, esses produtos não foram ainda aprovados
para plantio comercial. Signor pediu à comunidade que ajude com denúncias pelo
telefone (51) 3284-9588. (CP, JC, 07/12)