Árvore dá mais dinheiro do que boi
2005-12-07
César Rosa Cunha, empresário no ramo da indústria madeireira e presidente da Comissão Municipal de Emprego de Rondon do Pará, acredita que é possível fazer no Pará o que já se está fazendo no Rio Grande do Sul onde o governo investe no plantio de árvores por ser uma atividade mais rentável do que criar boi.
— Podemos fazer esse mesmo tipo de investimento aqui nesta região principalmente entorno do Pólo Siderúrgico de Carajás e usar, por exemplo, O Fundo Florestal Carajás – FFC - afirma o empresário.
O FFC foi constituído pelas siderúrgicas de ferro gusa, associadas à Asica - Associação das Siderúrgicas de Carajás, que contribuem com, até, US$ 3.00 por tonelada de ferro gusa exportada. Existe uma expectativa anual de venda entorno de 3,5 milhões de toneladas de ferro gusa que deverá gerar aproximadamente US$ 10 milhões de dólares por ano para o Fundo.
Pelas informações do zoneamento agroecológico de Rondon as florestas nesta região têm um rápido crescimento devido a vários fatores climáticos, como exemplo, 2.000 horas de luz solar por ano que favorecem o crescimento dessas florestas plantadas. Localizado num raio aproximadamente de 200 km em volta do pólo Carajás se pode utilizar o FFC ou outras opções de investimentos como o Pronaf Floresta.
— Acho que o governo estadual também precisa criar um fundo de investimento que possa subsidiar pequenos agricultores, produtores rurais para se garantir a auto-sustentabilidade da produção de ferro gusa. A partir dessas florestas plantadas preservar-se-á as espécies nativas e, conseqüentemente, o meio ambiente e gerar aproximadamente 70.000 empregos diretos e indiretos - acredita o empresário.
Teoria comprovada no RS - Os cálculos que foram feitos no interior gaúcho entre os técnicos que cuidam do Plofora - Programa de Financiamento Florestal Gaúcho da Caixa Econômica Federal (Caixa RS). Um hectare de pecuária rende 50 kg de boi, ou seja, R$ 80,00 por ano, calculado o quilo do boi a R$ 1,60. Este mesmo hectare de floresta de acácia, pinus ou eucalipto rende R$ 500,00 ao ano. A equação levou em conta o prazo para maturação dos dois tipos de investimento.
Cada investimento deste equivale a uma montadora. Uma montadora verde. O Proflora gaúcho quer dobrar a área de florestas do Estado, que pularia de 400 mil para 800 mil hectares, num prazo de 10 anos.Serão 200 mil novos empregos. (Ambiente Brasil, 06/12)