(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
2005-12-07
Apresentar experiências estrangeiras foi o objetivo dos painéis de ontem (06/12) no I Simpósio de Brasileiro de Incineração, que termina hoje (07), em Porto Alegre. Professores dos Estados Unidos e da China analisaram algumas possibilidades para tornar o processo menos prejudicial ao meio ambiente.

Nos EUA, cada habitante produz, em média, dois quilos de resíduos sólidos por dia. De lixo hospitalar, se contabiliza de quatro a 14 mil toneladas diárias. Desse montante, cerca de 80% a 90% é disposto de forma imprópria na superfície terrestre. De acordo com o professor da Universidade de Maryland, Ashwani Gupta, a incineração serve como alternativa ao problema do lixo, já que os aterros sanitários tornam-se cada vez mais difíceis de serem implantados em razão da falta de áreas adequadas.

Além de eliminar o problema dos rejeitos, destaca o professor, a destruição térmica também promove a geração de eletricidade, diminuindo, assim, a necessidade de combustíveis como o petróleo. Entre outras vantagens, ressalta a reutilização das cinzas e o seqüestro de carbono na atmosfera.

Ao lado da incineração, porém, deve estar a educação e a conscientização ecológica. – Precisamos estar atentos para a questão ambiental. No caso do Brasil, especialmente, onde a situação da saúde é muito crítica, é necessário respeitar certas exigências-, salienta.

Ocidentalização mudou hábitos chineses
Na China, explica a professora da Universidade de Zhejiang Gongshang, Yuhong Cen, a produção de resíduos fica em torno de 410 mil toneladas por dia. – A cada ano a quantidade de rejeitos cresce entre 8% e 10%. Isso reflete a industrialização e a urbanização do país e uma melhora da qualidade de vida-, esclarece.

A situação na China era bem diferente antes de 1980, observa a acadêmica. Os métodos para tratamento do lixo eram simples, com uma parte dele sendo levada para terrenos distantes – o que equivaleria aos lixões brasileiros – e outra destinada à compostagem e transformada em fertilizantes.

Depois de 1987, no entanto, a abertura das portas , segundo Cen, levou os chineses a adotarem um estilo de vida ocidental , baseado no consumismo norte-americano, o que aumentou a produção de rejeitos. No final da década de 80, os incineradores foram incorporados ao combate à poluição, mas a energia não era reutilizada, nem os gases lançados no ar recebiam tratamento. As críticas da população ao método fizeram com que se empregassem tecnologias mais modernas nos equipamentos a fim de evitar a contaminação da atmosfera e produzir termoeletricidade.

A maior parte da incineração ocorre em províncias próximas do mar – as mais desenvolvidas. Os recursos para a construção das plantas, esclarece Cen, provêm de taxas sobre a produção de resíduos, e o Estado fornece a área e a matéria-prima para a implantação do projeto, além de ser o responsável pelo monitoramento.

Da mesma forma como Gupta, a chinesa lembra das más condições dos aterros sanitários, que carecem de espaços e tecnologias adequadas. Yuhong Cen citou como exemplo uma inspeção realizada em 2001 no país. De 288 aterros, 16 atendiam as recomendações chinesas e apenas três seguiam normas internacionais. O problema, segundo a professora, também se estende às usinas de compostagem, que alteram a composição dos rejeitos, favorecendo a contaminação.

Economia circular: alternativa de desenvolvimento
Os incineradores são responsáveis por cerca de 5% da destruição de resíduos sólidos na China. O baixo índice aponta para a aposta do país asiático na reciclagem de materiais e na chamada economia circular, um modelo baseado na conservação dos recursos naturais. – Trata-se de uma forma de industrialização que existe na China desde 2002, e já é reconhecida como um passo importante para o desenvolvimento sustentável, envolvendo produção e consumo-, frisa.

– A questão dos resíduos sólidos é chave para qualquer programa de desenvolvimento sustentável e consta na Agenda 21 da China-, destacou Cen. O governo local, enfatiza, tem uma enorme preocupação quanto ao tema, e a legislação do país comprova o fato. Em 1989, foi aprovada a Lei de Proteção Ambiental e, em 1992, a Lei de Regulamentação da Gestão da Paisagem Urbana e Saúde Ambiental. – Isso mostra que, com o passar dos anos, houve uma evolução no pensamento, conforme os princípios da economia circular-, completa.
Por Patrícia Benvenuti

desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -