Poços artesianos geram dúvidas sobre riscos ao meio ambiente
2005-12-07
Segundo o gerente da Corsan de Carazinho, Ermógenes Bodanese, existe uma
preocupação com a questão da perfuração de poços artesianos de que é prejudicial
ao meio ambiente. Segundo Bodanese, todo poço deve ter um licenciamento para que
o departamento de recursos hídricos tenha noção da quantidade de água que está
sendo tirado da área. – Quando um poço é perfurado sem licenciamento, trata-se
de um poço que na legalidade ninguém sabe que existe e ninguém sabe o quanto de
água está sendo tirado de lá. Às vezes a quantidade de água tirada é maior do
que a que realmente existe.
A preocupação atual é no sentido de haver um controle, porque o meio ambiente funciona de maneira que quando retiramos mais
do que ele pode dar, de alguma forma ele reage-, explica. Bodanese salienta que
o número de poços artesianos na região é grande e que não existe um levantamento
específico devido às grandes quantidades de poços clandestinos, ou seja, muita
água é retirada sem que ninguém saiba e a esperança é que num futuro próximo
deva haver um controle maior. De acordo com o gerente da Corsan, outra questão
complicada é com relação à contaminação da água dos poços artesianos, onde um
poço é perfurado para atingir um determinado local que está protegido pela
crosta terrestre. – No momento em que é feito uma perfuração para atingir a
camada de água, a intenção é retirar o líquido, mas não é possível saber o que
vai cair dentro desse poço. Por exemplo, se houver um depósito de produtos
químicos próximo a esse poço e acontecer um vazamento, fatalmente os produtos
químicos irão atingir o lençol de água, o que fará com que a água retirada desse
poço fique contaminada-, destaca. (Diário da Manhã, 06/12)