Subsídios estatais poderão ser a chave para auxiliar a conversão de fábricas de açúcar em plantas eficientes de biodiesel, segundo avaliação de analistas feita nesta segunda-feira (5/12).

A produção de açúcar nos países menos eficientes da União Européia irá cair drasticamente sob as reformas impostas aos 25 membros do bloco com a redução dos subsídios a este tipo de produção e o incentivo à criação de unidades de biodiesel. A queda de sustentação dos governos da UE à produção de açúcar será de 36% nos próximos quatro anos a partir de julho próximo.

O sul da Europa e a Irlanda poderão ainda ver o crescimento da produção de etanol, um biodiesel feito a partir da cana-de-açúcar, embora os produtores não tenham dinheiro para bancar a conversão de suas fábricas de açúcar em plantas de etanol.

Analistas confirmam que as fábricas de açúcar menos eficientes da Europa poderão mesmo ser convertidas em unidades de produção de etanol. Existe uma diretiva da União Européia que determina o uso de 5,75% de biodiesel como combustível até 2010.

A atual produção de bioetanol é marginal no sul da Europa, inclusive na Irlanda. Segundo o analista alemão F.O. Licht, o total de produção de etanol na Itália é estimado em 150 milhões de litros por ano, dos quais 5 milhões a 10 milhões são utilizados como combustível. Na Espanha, a produção da substância é de mais ou menos 350 milhões de litros anuais, incluindo 220 milhões de litros para combustível.

Portugal, Grécia e Irlanda praticamente não produzem etanol, afirma Licht.

Contudo, alguns governos da União Européia já estão adotando iniciativas para investir nesta área. Segundo Stefano Masini, porta-voz dos produtores rurais italianos, precisa haver incentivos governamentais para que a idéia de transformação das plantas de açúcar em produtoras de etanol seja concretizada. A Itália tem 19 fábricas de açúcar, e os incentivos do governo a estas devem se reduzir em 50% nos próximos cinco anos, com as reformas do governo nesta área dos subsídios agrícolas. (Planet Ark, 6/12)