(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
2005-12-06
Um trabalho de conclusão do curso de Engenharia Florestal produziu uma espécie de inventário das áreas verdes de Santa Maria. Durante dois anos, Marcelo Scipioni, 25 anos, também formado em Agronomia, percorreu avenidas, cerros e praças, fotografando as belezas naturais e os monumentos históricos.

A maratona solitária resultou em um CD chamado Verde Urbano de Santa Maria, lançado na última quarta-feira (30/11), na Câmara de Vereadores. O material reúne 570 fotos e 606 páginas. Entre as descobertas do desbravador da selva de pedra , está a redução de cerca de um terço no número de árvores consideradas imunes ao corte, as chamadas árvores tombadas.

Marcelo constatou que, dos 80 locais com árvores tombadas, em 33 havia espécies cortadas ou mortas. Outras tiveram o tombamento anulado, a pedido dos donos. Além disso, outra situação preocupa:

- Algumas árvores estão em locais pouco adequados, o que prejudica o crescimento da planta e pode causar a deformação-, diz o universitário.

Desconto no IPTU pode chegar a 85% O trabalho aponta outras irregularidades como espécies catalogadas com o nome errado ou locais onde há duas árvores da mesma espécie e o dono não sabe qual delas é a tombada. Nenhuma delas tem placa informativa com dados da planta, como exige a Lei municipal.

Outra descoberta foi a falta de informação dos donos dos terrenos onde estão localizadas as árvores. Apenas seis pessoas sabiam do desconto de até 85% no Importo Predial e Territorial Urbano (IPTU), garantido para eles no Código Tributário do município.

- Uma das poucas pessoas que tinha o desconto teve ele suspenso em 2004. A árvore que ficava no Centro dava ao dono um abatimento anual de mais de R$ 36 mil, mas estava morta-, conta Marcelo.

CD traz localização e fotos das espécies
Para quem ficou em dúvida se está na lista dos beneficiados pela lei, segue ao lado os endereços nas árvores tombadas e que ainda estão em pé. No CD, é possível ver a localização de cada espécie e a foto, conhecer dados históricos e saber como está a conservação. Quem tem uma árvore tombada em seu terreno, saberá se ela está precisando melhorar o visual.

- Algumas têm calçada ao redor e não há por onde entrar a água da chuva, o que pode causar a morte da planta. Outras só precisam de uma boa poda-, conta Marcelo.

O CD traz ainda características mais detalhadas das espécies catalogadas. Com um clique no nome da árvore, dá para ver as flores, frutos, caule e tronco dela.

A idéia inicial era pesquisar a conservação das árvores tombadas na década de 80 por seu valor histórico e paisagístico. A primeira pesquisa foi feita em 1991, pela professora Nara Rejane Zamberlan dos Santos, 50 anos, orientadora do Marcelo.

Pesquisa traz praças e avenidas
O CD também traz informações sobre as 11 principais praças de Santa Maria, as quatro maiores avenidas - Medianeira, Rio Branco, Presidente Vargas e Borges de Medeiros - e os cerros da cidade.

- O trabalho começou pequeno e foi ganhando corpo-, conta a orientadora, Nara Zamberlan.

Segundo Nara, a pesquisa dá uma idéia, por meio de fotos, de como está o verde da cidade.

- Uma das funções do CD é levar para as crianças esta nova leitura da paisagem. Elas precisam perceber que existem outras coisas além de cimento e concreto-, afirma.

A proposta não era contar quantas árvores há no Centro, nem dizer se este número aumentou ou diminuiu ao longo dos anos.

- Tivemos uma noção ao analisar as fotos antigas. Uma boa surpresa foi saber que o Morro do Cechella está mais verde hoje que no passado-, afirma Marcelo.

Mas a pesquisa também revelou pontos negativos. As praças que ficam perto de escolas são as mais depredadas.

Os problemas não estão no CD e serão apresentados aos vereadores.

Mais árvores poderão ser tombadas
De acordo com o secretário de Proteção Ambiental, Heitor Peretti, além das árvores já tombadas, outras também podem conseguir o benefício.

Para conseguir o tombamento, que dá direito a descontos de até 85% no Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), a planta passa por uma espécie de vistoria, feita pela própria prefeitura.

- Avaliamos três critérios na hora de decidir: a beleza, se a espécie está ameaçada de extinção ou se ela pode ser usada como matriz, isto é, se ela é capaz de fornecer sementes para um banco genético-, explica o secretário.

Depois da análise, é fornecido um laudo sugerindo o tombamento. São os vereadores que dão a palavra final, autorizando a preservação.

Segundo Peretti, a lei do tombamento ainda está em vigor. Quem tiver a árvore na lista das espécies tombadas e cortar sem autorização, será multado. E não vai pagar barato, não.

- Pela Lei de Crimes Ambientais, a multa varia de R$ 10 mil a R$ 500 mil-, avisa Peretti.

Destombamento, só em casos excepcionais
O secretário afirma que o destombamento - que permite que a árvore seja cortada - ocorre só em casos excepcionais, quando a planta morreu ou ameaça cair. E a palavra final só é dada depois de três vistorias - do Ibama, do Departamento Estadual de Florestas e da Secretaria Municipal de Proteção Ambiental.

A assessoria de imprensa da prefeitura esclarece que a isenção do imposto acaba quando a planta morre ou é cortada. Quando a árvore estiver no pátio de um condomínio, o abatimento no IPTU vale para todos os moradores do prédio.

O desconto varia. Quanto maior a árvore e mais preservada ela estiver, maior será o desconto no IPTU. (Diário de Santa Maria, 05/12)

desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -