Comissão especial do Senado acompanhará a implementação do projeto de conservação e revitalização da Bacia do Rio São Francisco. O órgão, proposto pelo senador Waldeck Ornelas (PFL-BA), será composto por senadores representantes das unidades da federação banhadas pela bacia - Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Goiás e Distrito Federal. O projeto prevê, de acordo com Waldeck Ornelas, a despoluição das águas, conservação do solo, reflorestamento das margens, fortalecimento da gestão ambiental e outras ações fundamentais para o desenvolvimento econômico e social da região. Mas o senador disse temer que o orçamento da União não contemple recursos suficientes para o projeto. - O Orçamento deste ano estima R$ 70 milhões para o projeto, mas corremos o risco de chegar ao final do ano sem um centavo. As chuvas do fim do ano podem dar a falsa impressão de que a revitalização não é necessária, afirmou o senador. Além disso, acrescentou, a proposta orçamentária para 2002 prevê apenas R$ 15 milhões para o projeto. - Isto denota que não há vontade política de enfrentar o problema, criticou. Em defesa da instalação da comissão especial, a senadora Heloísa Helena (PT-AL) avaliou que muitos dos problemas do Rio São Francisco são em boa parte provocados pelo uso conflitante de seus recursos naturais - geração de energia, consumo humano e atividade agropecuária. - O São Francisco está morrendo. Há uma cunha de salinidade (entrada de água do mar no leito do rio) de 20 quilômetros. A comissão tem que acompanhar este debate, inclusive sob o ponto de vista orçamentário, observou a senadora. Os senadores Leomar Quintanilha (PPB-TO), Carlos Patrocínio (sem partido- TO) e Arlindo Porto (PTB-MG) também se manifestaram favoravelmente à idéia de discutir a revitalização do São Francisco no Senado. Quintanilha disse que a idéia deve ser estendida a outros rios nacionais sob ameaça. - A questão da água é muito séria. Temos assistido ao descuido e desatenção com relação a este recurso, resumiu. Neste sentido, Patrocínio disse que estão sendo feitos estudos para criar instituto responsável pela proteção ao Rio Tocantins. Arlindo Porto disse esperar que a revitalização do chamado rio da integração nacional, crie novas oportunidades de desenvolvimento econômico na região atreladas à conservação ambiental.