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2005-12-06
A maior extinção de vida na Terra foi causada, provavelmente, por gases vulcânicos venenosos, segundo um estudo publicado na revista especializada Geology. Mais de dois terços das famílias de répteis e anfíbios sucumbiram na grande mortandade, 250 milhões de anos atrás.

Mas a extinção em massa também facilitou o desenvolvimento dos dinossauros, que iriam controlar o mundo pelos próximos 185 milhões de anos. As pistas foram encontradas em moléculas preservadas em rochas da época da extinção. Outras causas sugeridas para a extinção do fim do período Permiano incluem a queda de um asteróide na Terra, ou uma enorme nuvem de metano que teria sido liberada pelo mar.

Os cientistas já sabem que a grande extinção que marca o fim do período Permiano coincidiu com a erupção de um enorme vulcão. Essa erupção causou a maior liberação de lava basáltica, cobrindo grandes extensões de terra na área que é hoje a Sibéria. A lava criou uma formação rochosa em torno da cidade de Tura.

A análise recente de um grupo de moléculas único, encontrado em rochas das montanhas Dolomitas, na Itália, trouxe novas pistas sobre o impacto desta erupção sobre o meio ambiente. As trilobitas desapareceram na extinção em massa As moléculas são remanescentes de polissacarídeos, grandes estruturas baseadas em açúcar, comumente encontradas em plantas e no solo. Essas rochas, no entanto, são remanescentes de sedimentos marítimos.

A química das rochas revelou que as moléculas de açúcar se originaram na terra, fortalecendo a teoria de que uma massiva erosão do solo as levou para o mar. Os autores do artigo publicado pela Geology acreditam que os gases vulcânicos da erupção teriam afetado a camada protetora de ozônio e acidificado a terra e o mar, matando parte da vegetação enraizada. Isso teria prejudicado a retenção do solo, permitindo que ele fosse lavado para o mar por chuvas.

Quando no mar, este material do solo teria bloqueado a luz do sol e absorvido oxigênio. A análise química da rocha sugere que depois da chamada –crise do solo– na terra, o ecossistema marítimo teria sucumbido ao estresse das mudanças ambientais. Isso prejudicou diretamente os seres que viviam nos oceanos, completando a catástrofe global.

–A causa da extinção em massa do fim do período Permiano é altamente controversa. Nós mostramos que o ecossitema terrestre foi o primeiro a sofrer–, disse um dos autores do estudo, Mark Sephton, do Imperial College London. –A natureza continental do evento implica que ele tenha sido causado por algo na atmosfera. Os dados químicos únicos indicam que alguma coisa rápida e catastrófica ocorreu na Terra–, acrescentou. A pesquisa foi realizada por um grupo de cientistas da Grã-Bretanha, Holanda e Estados Unidos. (BBC, 5/12)

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