Pesquisa aponta que rio Tocantins está em processo de degradação
2005-12-05
É preocupante o quadro de degradação no qual se encontra o rio Tocantins, nos trechos compreendidos entre Imperatriz até a confluência com o rio Araguaia, em Xambioá (TO), e do rio Manoel Alves Grande, em Carolina, ao município de Itaguatins, em território tocantinense.
O alerta consta num estudo técnico que o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) está desenvolvendo desde junho do ano passado com previsão de término em 2007. O levantamento visa traçar o mapa da degradação ambiental na região para atualizar os dados já disponíveis no Ministério do Meio Ambiente, especialmente no que se refere a fauna e a flora.
Por não existir estudos científicos atualizados, a portaria que proíbe a pesca com redes e tarrafas no período da piracema (reprodução das espécies - de 1º de novembro a 23 de fevereiro) vem sendo repetida nos últimos anos.
O técnico ambiental Francisco de Assis Serra, lotado na Gerência Executiva II do Ibama, sediada em Imperatriz, explica que a primeira preliminar do Estudo de Levantamento de Fauna e Flora e População Aquática (equitiofauna) revela que o rio tem várias áreas com assoreamento provocado pela devastação das matas ciliares e algumas espécies de pescado já desapareceram.
O lançamento indiscriminado de esgoto doméstico no rio também é outro fator que começa a preocupar os especialistas.
— Nós diríamos que o rio Tocantins está em estado de alerta porque o índice de degradação e assoreamento é muito grande. Quase na sua totalidade, ele varia entre 600 e 700 metros de largura e tem situações em que existem apenas de 15 a 20 metros de água. O restante é só areia - ressalta o técnico ambiental.
O especialista revela que nas tomadas aéreas foram localizadas algumas ilhas que têm areia de um lado e água do outro, uma caraterística de áreas com alto índice de degradação, queimadas das matas ciliares e assoreamento pelo processo de lixiviação.
Francisco de Assis adiantou que a coleta de dados se dá por etapas. A segunda, prevista para começar este mês, está sendo preparada e deverá contar com a participação de estudantes dos cursos de Zootecnia, Biologia, Ciências Ambientais, Turismo, dentre outros cursos da Faculdade de Imperatriz (Facimp), Universidade de Ensino Superior do Sul do Maranhão (Unisulma) e Universidade Estadual do Maranhão (Uema). A parceria entre o órgão público e as instituições de ensino superior, de acordo com Francisco de Assis vai permitir estrutura e rapidez ao trabalho (O Estado do Maranhão, 04/12)