Fecha-se o cerco ao milho transgênico
2005-12-05
O Ministério da Agricultura e o Ministério Público Federal (MPF) já estão no
encalço de plantadores e vendedores de milho transgênico no Rio Grande do Sul.
Além de três fiscais agropecuários que desde a semana passada foram designados
para fiscalizar possíveis plantações geneticamente modificadas do cereal, o
superintendente do Ministério da Agricultura no Estado, Francisco Signor,
promete envolver mais profissionais na tarefa.
- Agora vamos colocar todos da nossa área agronômica para abordar o problema,
sem abandonar as outras atividades. Pode ser uma medida drástica e antipática,
mas se acharmos [lavouras de milho transgênico], vamos destruí-las-, afirma
Signor, que na sexta-feira (02/12) pediu ao novo superintendente da Polícia
Federal no Estado, José Francisco Mallmann, ajuda no combate ao plantio ilegal.
Investigações do MPF são sigilosas
Da parte do MPF, as apurações já se iniciaram e estão a cargo do procurador
Mário Sérgio Ghannage Barbosa, de Erechim. Procurado por Zero Hora, ele não quis
se manifestar. Por meio da assessoria de imprensa do MPF, alegou que as
investigações são sigilosas] . O deputado Frei Sérgio Görgen (PT), que
tornou pública a informação de que havia plantio de milho transgênico, cobra
agilidade.
- Todo mundo sabe que estão vendendo [sementes contrabandeadas]. É coisa
comentada sem segredo, em mesa de bar. Com uma mínima investigação, se chega aos
responsáveis-, afirma.
No início de novembro, o deputado recebeu a informação de venda de milho
transgênico. Para comprovar a ilegalidade, o informante comprou, com a ajuda do
gabinete do parlamentar, duas amostras de sementes. O produto foi analisado em
laboratório, e os testes comprovaram que havia grãos transgênicos (resistentes a
herbicidas). (ZH, 05/12)