A partir de segunda-feira (05/12), o Centro de Pesquisas Oncológicas (Cepon), em parceria com a Epagri, passa a divulgar o índice de radiação solar aliado à previsão meteorológica do dia. Estas informações e as medidas de prevenção adequadas estarão disponíveis no site www.ciram.epagri.rct-sc.br/site/index.html. A iniciativa pretende aumentar a percepção de risco da população para o câncer de pele, responsável por 42% das neoplasias do Estado, e a conseqüente prevenção.

Senen Dyba Hauff, oncologista e subgerente de Prevenção do Câncer do Cepon, observa que durante as estações primavera e verão, Santa Catarina apresenta alto índice de radiação ultravioleta (UVA e UVB), nocivos ao maior órgão do corpo, a pele.

— Nesta época, a região Nordeste, por exemplo, atinge uma marca próxima a 7, dentro de uma escala que vai de zero a um pouco mais de 10. Já nosso Estado fica entre 10 e 13, o que indica necessidade de medidas de proteção extremas.

Santa Catarina também é o Estado brasileiro que apresenta maior incidência de câncer de pele, com uma notificação média de 8 mil novos casos a cada ano.

— Este tipo de câncer é registrado em 120 pessoas para cada grupo de 100 mil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). O dobro do que é identificado no resto do País - avalia Senen.

A médica explica que uma das causas para este alto índice está relacionada com as imigrações de pessoas que não estavam geneticamente adaptadas para viver sob esta influência solar, no Sul do Brasil. O uso diário de roupas, chapéus e protetor solar, desde a infância, ajudam a impedir o contato dos raios com a pele são fundamentais para evitar queimadura solar e, conseqüentemente, melanomas, tipo de câncer agressivo que atinge pessoas jovens.

— Seis queimaduras, com bolhas durante a infância, representam 30 vezes mais chances do aparecimento de um melanoma no futuro - adverte a oncologista. (A Notícia, 03/12)