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2005-12-05
Belo Horizonte, que completa 108 anos no dia 12, tem o equivalente a 12,04 metros quadrados de áreas verdes públicas por habitante, número 17 vezes maior do que há 30 anos, quando era 0,7 metro quadrado por cidadão. Isso significa que, apesar de ter perdido belíssimas árvores ao longo das avenidas Afonso Pena e Bias Fortes e na Praça da Liberdade, na década de 1960, a capital ainda ostenta o título de Cidade Jardim.

Na década de 1970, quando mal se falava em área verde pública, BH tinha, oficialmente, em seu território, apenas o Parque Municipal Américo René Gianetti como grande espaço de lazer e a Fundação Zoo-Botânica, na Pampulha. Atualmente, o município tem 45 parques abertos ao público, 618 praças e jardins e 360 áreas verdes, provenientes de parcelamento do solo (loteamentos), destinadas ao poder público na categoria de área verde.

— Essas áreas podem ficar como estão ou podem ser transformadas em praças ou parques. O número que temos em BH não foi transformado em nada específico ainda. Continuam como áreas verdes - explica o engenheiro florestal Agnus Rocha Bittencourt, da gerência de Áreas Verdes e Arborização da Secretaria Municipal-Adjunta de Meio Ambiente (Smama).

A equação do índice de área verde (IAV) por habitante refere-se aos 8% do território do município transformados em parques, praças, canteiros e jardins, num total de 27,8 milhões de metros quadrados, o equivalente a 2,7 mil campos de futebol. Isso sem considerar cemitérios, que também estão dentro do conceito de área verde.

Áreas verdes de qualidade
De acordo com a secretária municipal-adjunta de Meio Ambiente, Flávia Mourão, a política do verde da prefeitura não privilegia apenas a criação de parques, mas a manutenção do que já existe. Para isso, está cadastrando terrenos públicos de interesse ambiental, por meio do programa BH Verde, que vai mapear as regiões e verificar onde estão e em que condições se encontram.

— Queremos intensificar o plantio de árvores em áreas chamadas verdes, que, às vezes, nem têm um pé de nada. São sobras de loteamentos, por exemplo, onde podemos plantar milhares de mudas. Não estamos preocupados em criar por criar, mas qualificar os 27 milhões de metros quadrados que temos, para que eles permaneçam verdes - garante. Flávia lembra que, na década de 1980, a cidade tinha apenas quatro parques e hoje tem 53 criados em lei, sendo 45 abertos à visitação.

Além dos investimentos do poder público, um grande incentivo para a capital guardar áreas verdes foi a Lei Federal 6.766, de 1979, estabelecendo que cada novo loteamento destinasse ao município 35% de seu terreno para abertura de ruas, avenidas, parques e construção de equipamentos públicos (escola, posto de saúde). A lei está sendo revista no Congresso. (Estado de Minas, 04/12)

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