Corsan não comprova plantio de árvores em Santa Cruz do Sul
2005-12-05
A Companhia Rio-grandense de Saneamento (Corsan) pode ser multada por não ter
comprovado se fez a reposição das árvores removidas para a construção do Lago
Dourado em Santa Cruz do Sul. O prazo para apresentar o projeto indicando se
ocorreu o plantio das mudas terminou quarta-feira (30/11).
O pedido de informações havia sido apresentado em novembro pelo Departamento de
Florestas e áreas Protegidas (Defap) da Secretaria Estadual do Meio Ambiente
(Sema), mas a estatal solicitou mais prazo para reunir a documentação necessária.
Entretanto, isso acabou não acontecendo. A Corsan deveria indicar se plantou as
250 mil mudas nativas ou frutíferas que ocupavam a região onde está o
reservatório.
De acordo com o responsável pelo Defap em Santa Cruz do Sul, Luiz Alberto
Mendonça, como os prazos foram descumpridos, o procedimento é a aplicação de
multa. O valor da autuação ainda precisa ser calculado. – Já foi dado prazo,
houve prorrogação e mesmo assim não foi apresentado o projeto-, explicou.
O gerente da Corsan em Santa Cruz, Paulo Stein, disse que o caso está sob
análise do departamento jurídico e que os advogados devem pedir vistas ao
processo. Com isso seria obtido mais tempo para a defesa.
A exigência de reflorestamento a uma empresa pública é um caso novo para o Defap.
De acordo com Mendonça, por causa disso fica difícil de identificar a forma de
autuação da estatal. Ele recorda que as mudas deveriam ter sido recolocadas
ainda em 2004. O investimento no reflorestamento é estimado em R$ 1 milhão.
Em avaliações superficiais realizadas pelos fiscais do ambiente, não foi
constatada a reposição das mudas. – Precisamos de algo que comprove se ocorreu o
plantio para depois observarmos de forma mais aprofundada-, completou. Enquanto
isso, o Defap entende que não houve reflorestamento. (Gazeta do Sul, 02/12)