Navio de pesquisas parte da Espanha à Antártida
2005-12-05
O navio de pesquisas oceanográficas Hespérides, vinculado às Forças Armadas da Espanha, partiu neste final de semana do porto de Cartagena, naquele país, para levar adiante a 14ª Campanha Antártica, na qual realizará quatro projetos de pesquisa em terras polares. Sob o comando do capitão de fragata José María Turnay e com 56 tripulantes e cinco técnicos a bordo, chegará a Ushuaia, na Argentina, em 2 de janeiro de 2006, onde embarcará o pessoal da área científica ligado às investigações.
A viagem do Hespérides terá sua primeira escala no Rio de Janeiro (Brasil), em 17 de dezembro, onde realizará uma parada técnica de três dias para então zarpar rumo às terras antárticas, onde dará início à campanha 2005-2006. A aventura terminará em Punta Arenas (Chile), em 18 de fevereiro de 2006, dia em que o navio partirá para Las Palmas de Gran Canaria, onde sua chegada está prevista para 16 de março, após uma escala em Mar del Plata (Argentina).
No ano de 2006, o Hespérides desenvolverá quatro projetos de pesquisa, dois em trânsito e dois na Antártida. Em terras do pólo sul, realizará o projeto ECOQUIM, dirigido pela pesquisadora Concepción Ávila, do Centro de Estudos Avançados de Blanes (CSIC), e o projeto BENTART, dirigido por Ana Ramos Martos, do Instituto Espanhol de Oceanografia. Durante o trânsito de volta, desenvolverá o projeto BLOOM, sob a responsabilidade de Javier Pérez Marrero, do Instituto Canário de Ciências Marinhas, e o estudo CONAFRICA, dirigido por Santiago Hernández de León, da Universidad de Las Palmas, das Grandes Canárias.
O projeto ECOQUIM tem por objetivo obter substâncias bioativas a partir de invertebrados bentônicos antárticos que proporcionem informação sobre a ecologia química das espécies implicadas e que possam ser úteis por seu potencial farmacológico.
O projeto BENTART visa ao estudo do ecossistema bentônico nas ilhas Shetlands do sul da península Antártica e do Mar de Bellinghausen, zonas muito desconhecidas. Serão realizadas amostras de parâmetros físico-químicos da columna de água, biológicos e de sedimentação, empregando-se dragas, redes de pesca biológica e um robô submarino para obter fotografias e gravações de vídeo.
O projeto BLOOM tem como proposta a continuidade de campanhas anteriores e tem por objetivo contribuir para a compreensão dos processos físicos e biológicos que ocorrem na fachada atlântica argentina.
E o projeto ConAfrica tem por objetivo estudar o zooplâncton e o ictioplâncton (referente aos peixes) nos filamentos que se produzem no afloramento africano. (El Mundo, 5/12)