Pesquisadores acreditam que risco de estiagem no RS será menor em 2006
2005-12-02
Pesquisadores do Instituto Nacional de Meteorologia - INMET – das Universidades Federais de Pelotas e do Rio Grande do Sul e da Fundação de Pesquisa Agropecuária - Fepagro concluíram que é pequena a possibilidade de ocorrência de estiagens nos próximos 3 meses no estado.
Algumas regiões, como a Sul, a Sudeste e a Norte, poderão apresentar chuvas um pouco abaixo do normal nos meses de janeiro e fevereiro. Não há previsão da ocorrência típica dos fenômenos El Niño ou La Niña. Estas foram as conclusões da audiência que a Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo do Legislativo (CAPC) realizou na manhã desta quinta-feira (1/12) para debater As previsões climáticas para a safra de verão. — Os dados disponíveis não ensejam preocupações como as relativas à seca deste ano. No entanto, é preciso observar que o RS não dispõe de informações mais detalhadas para uma previsão mais efetiva do clima, pois o número de estações agroclimáticas é insuficiente-, disse o presidente da Comissão, deputado Elvino Bohn Gass
(PT).
Conforme o petista, A CAPC irá solicitar ao Governo do Estado o cumprimento
da meta prevista no Plano Plurianual/2003 de aquisição de 18 estações agroclimáticas automáticas para a Fepagro. O projeto, aprovado pelo Governo Rigotto, prevê a compra de 18 centrais para constituir um sistema gaúcho de agrometeorologia. As 5 novas estações da Fepagro foram adquiridas através de convênio com o governo federal. — Os relatos provam que a pesquisa agroclimática no RS fica bastante prejudicada pela falta destes
equipamentos-, sintetizou o parlamentar.
Segundo o professor de agrometeorologia da UFRGS, Moacir Berlato, o Estado possui, atualmente, apenas 18 estações meteorológicas ao total. — O RS já teve mais de 30 estações na década de 70, chegando a ser exemplo para Santa Catarina e Paraná. Para equipar-se novamente, há necessidade de cerca de 3 dezenas delas-, projetou Berlato. Ele lembrou que, nas últimas duas décadas, para cada 10 safras, os produtores tiveram frustradas pelo menos 4 por adversidades climáticas. E apontou a irrigação complementar, previsão climática, zoneamento agroclimático de risco, cultivo mínimo de plantio direto, manejo de épocas - calendário e seguro agrícola como estratégias preventivas a possíveis prejuízos causados por intempéries.
No entanto frisou que, para implementar tais estratégias, o Estado precisaria estar
preparado. — Devido à falta da aparelhagem e ao pequeno número de servidores
públicos especializados, o Rio Grande do Sul não está-, reforçou . Representante do 8º Distrito de Meteorologia, Solismar Prestes informou que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) está licitando a aquisição de 240 estações agroclimáticas para todo o Brasil. — É importante que a Comissão participe deste pleito para que o RS seja contemplado com um bom número destas estações-, solicitou.
Chefe do Centro de Pesquisas e Previsão Meteorológica da UFPEL, Gilberto
Diniz destacou a necessidade de reativação do radar meteorológico da instituição, que se encontra desativado por estar obsoleto, e a necessidade de mais recursos humanos para o avanço da pesquisas de previsão de clima.
Bohn Gass dispôs-se, pela Comissão de Agricultura, a entrar em contato com o Ministério da Ciência e Tecnologia para localizar as conclusões da comissão que analisou o caso do radar de Pelotas e, a partir daí, tomar as providências necessárias para o funcionamento do aparelho. — Precisamos devolver ao Estado a capacidade de gerar informações precisas e detalhadas sobre o clima, como nas décadas anteriores, quando o RS era referência neste setor. Tais informações são indispensáveis para que agricultores possam tomar medidas preventivas contra problemas climáticos e evitar prejuízos decorrentes da perda de suas lavouras. Reequipar o RS, para tal, é medida imediata e vamos chamar às responsabilidades os poderes envolvidos-, concluiu o petista. (Com informações da Comissão de Agricultura da Assembléia Legislativa do RS)