NA AMAZÔNIA, DESAFIO É SABER ADMINISTRAR A ABUNDÂNCIA
2001-09-17
Em pronunciamento durante o Encontro, o secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente e presidente da Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21 Nacional (CPDS), José Carlos Carvalho, ressaltou o amplo cunho participativo e interativo do processo de discussão e formulação da Agenda 21 Brasileira, enfatizando que ela não é uma agenda governamental e sim uma agenda da sociedade, que deve orientar as políticas públicas em todos os níveis de governo, novos patamares para os agentes econômicos e o próprio comportamento das comunidades, com o pleno engajamento dos cidadãos. Qualificando de extraordinária a participação das entidades representativas da sociedade civil na construção da Agenda 21 Nacional, desde a preparação dos documentos temáticos aos debates e apresentação de propostas nos encontros estaduais, o presidente da CPDS, lembrando que ao longo dos últimos 20 anos (desde a criação, em agosto de 1981, do Conselho Nacional de Meio Ambiente, via Lei 6.938) muito tem se falado em passivo ambiental, destacou a relevância do Encontro da Região Norte por ser realizado na Amazônia. Fator que apontou como vital para o desenvolvimento numa nova ordem econômica onde os potenciais biogenéticos, a biotecnologia e a água são determinantes. - Estamos vivendo o fim do mito da inesgotabilidade dos recursos naturais, afirmou Carvalho, frisando que não devemos repetir na Amazônia os erros que geraram tantos problemas em outras regiões, como a crise energética, para a qual contribuiu muito a degradação das bacias hidrográficas. Defendeu a adoção de políticas públicas inteligentes na Amazônia, com o que o Brasil mostrará uma postura diferente de nações industrializadas que fizeram uso intensivo e exacerbado de seus recursos naturais. Ele disse que o Brasil precisa evoluir na administração integrada dos seus recursos naturais. - Nossas políticas públicas ainda não absorveram uma visão integradora, a abordagem ainda é isolada. Acentuou que a gestão integrada dos recursos naturais é fundamental na Amazônia. - Aqui o que temos que administrar é a abundância e não a escassez e o grande desafio é a administração inteligente do ativo ambiental.