Investir em sustentabilidade gera retorno econômico
2005-12-02
Na palestra Sustentabilidade nos negócios, realizada na quarta (30/11) durante a reunião-almoço Ta na Mesa, da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Federasul), o diretor-presidente da Natura, Alessandro Carlucci mostrou como a empresa consegue ter preocupação com o ambiente e garantir retorno econômico. Segundo o executivo, pesquisa realizada mostrou que 37% dos consumidores estão dispostos a pagar mais por produtos que prejudicam menos o ambiente. — A sustentabilidade é cara, porque é preciso investir em novos processos, produtos, mas gera muito valor-, acrescentou.
Além da preocupação na extração, outro procedimento da empresa é conscientizar o consumidor a comprar o refil para abastecer a embalagem adquirida anteriormente. — O refil custa entre 20% e 30% menos para o consumidor e tem um impacto 50% menor no ambiente -, informou. — A margem de ganho, entretanto, é menor, mas acreditamos que estamos fidelizando o cliente que compra o refil.
A empresa também pesquisa para reduzir a quantidade de conservantes e produtos químicos nos produtos. E procura substituir a base animal por vegetal. Desde agosto, todos sabonetes deixaram de ser elaborados com sebo bovino para serem feitos com óleo de palma. A sustentabilidade é definida como o uso racional de matérias-primas. — É o uso de recursos presentes sem abalar as necessidades das gerações futuras-, acrescentou.
Conforme Carlucci, o mercado de cosméticos tem crescido a taxas interessantes. Neste ano, até o quarto bimestre, o setor cresceu 18%. Em 2004 chegou a 19%. A Natura, fundada em 1969, detém 21% do mercado de cosméticos no Brasil.
A Natura pretende expandir seus negócios para mercados relevantes da América Latina nos próximos três anos. A empresa estuda vender sua linha de cosméticos, perfumaria e higiene pessoal também na Colômbia, Venezuela, Porto Rico, Costa Rica, Equador, Paraguai e Uruguai.
No continente, a marca está presente no Chile, Argentina, Peru, Bolívia e México - em todos os mercados utiliza o modelo de venda direta. Apenas em Paris a empresa tem uma loja, numa experiência diferenciada da empresa. Mas esse conceito de ponto-de-venda somente será expandido depois de consolidada a operação na França. Atualmente, a Natura tem um exército de 475 mil vendedoras, chamadas de consultoras.
A operação mais competitiva no exterior, informou Carlucci, é no México, porque os principais fabricantes mundiais de cosméticos que vendam de forma direta estão presentes nesse mercado. —Nem no Brasil é assim-, informou. — É cedo para falarmos sobre o México, onde só estamos há três meses-.
A receita das operações internacionais ainda é pequena. Representa cerca de 3% do faturamento global da empresa. Mas o crescimento tem sido de 50% ao ano, enquanto que no Brasil a expansão chega a 30%. O resultado acumulado de 2005 quase alcança esse percentual. Nos três trimestres do ano o faturamento bruto da Natura soma R$ 1,74 bilhão.
A apresentação de Carlucci (em power point) está disponível para download em http://www.federasul.com.br/tanamesa/2005/Federasul1_Alessandro_final%2030.11.ppt
(Com informações da Assessoria de Imprensa da Federasul)