Número de mortos em mina chinesa chega a 161
2005-12-02
As minas chinesas têm registrado muitos acidentes. O número de trabalhadores mortos devido a uma explosão recente em uma mina de carvão no nordeste da China subiu para 161, segundo a agência de notícias oficial do país, Xinhua.
Pelo menos dez outras pessoas ainda estariam desaparecidas, entre informações conflitantes a respeito de quantos trabalhadores estavam na mina no momento da explosão, no domingo (27/11).
Segundo autoridades, uma explosão inicial bloqueou o sistema de ventilação da mina de Dongfeng, que fica perto da cidade de Qitaihe, na província de Heilongjiang, causando uma explosão ainda maior.
As equipes de resgate conseguiram retirar 72 operários com vida desde domingo, 38 deles ainda estão internados em hospitais da região.
Autoridades teriam afirmado que as chances de encontrar mais sobreviventes são muito baixas devido aos níveis de gás tóxico na mina.
Acidentes são comuns nas minas chinesas, apesar de uma campanha de segurança do governo. O país continua com um dos piores registros em segurança de minas no mundo.
Autoridades chinesas afirmam que 6 mil trabalhadores morreram em 2004, mas grupos não-governamentais afirmam que os números verdadeiros são bem mais altos.
Apenas em 2005, 3 mil mortes foram registradas.
A mina onde este último acidente ocorreu é gerenciada pelo Grupo de Mineração Heilongjiang Longmei, um conglomerado que pertence ao Estado.
Depois do projeto do governo de aumentar a segurança, cerca de 9 mil minas de carvão ilegais foram fechadas desde setembro e quase 13 mil consideradas perigosas e suspensas. As tentativas do governo da China de melhorar a segurança estão sendo prejudicadas por autoridades locais, que ignoram minas sem segurança pois estas dão lucros.
Analistas dizem que o aumento da demanda por carvão na China está levando gerentes de minas a dar prioridade ao lucro em relação às vidas humanas.
Boa parte das pessoas que trabalha em mineração na China é oriunda do campo e teve de optar por um dos serviços mais arriscados do mundo por falta de opção em suas antigas fazendas ou propriedades. (BBC, 1º/12)