Empresário destaca importância econômica do setor
2005-12-01
As possibilidades econômicas com o plantio de monoculturas de árvores no Rio Grande do Sul foram o destaque do último painel do seminário Plantações Florestais no Rio Grande do Sul: Desafios e Oportunidades, realizado ontem (30/11) em Porto Alegre.
As promessas de um futuro melhor para a Metade Sul do estado foram reiteradas pelo diretor de Desenvolvimento Florestal da Stora Enso, João Fernando Borges. O representante da empresa no evento esforçou-se em afastar os fantasmas das florestas plantadas e mostrar aspectos positivos na atividade. – As plantações no país correspondem a 0,6%, enquanto a mata nativa ocupa 63%-, esclarece.
O setor, de acordo com os números apresentados, corresponde a 4,1% do PIB brasileiro, 7% das exportações e gera cerca de 6,5 milhões de empregos. Ainda nas vantagens econômicas, destacou a homogeneidade, o acesso à matéria-prima renovável, o cultivo concentrado e a produtividade comprovada da indústria, que se tornou a base da economia florestal de muitos países e pode colocar o Rio Grande do Sul nesse mercado.
Embora Borges tenha mantido um enfoque na economia, não deixou de ressaltar outros aspectos considerados essenciais não apenas para a Stora Enso, mas para todas as empresas. – Os aspectos sociais e ambientais são importantes para qualquer empreendimento como um todo -, frisa. Geração de emprego, de renda e melhoria das condições de vida são alguns dos pontos positivos que, garante o diretor, chegam junto com a silvicultura. – E se criam, assim, alternativas para os jovens que se formam na região. Podemos dizer que o produtor rural não precisa mais sair do campo para encontrar trabalho-, acrescenta.
Como já era esperado, o diretor tocou na questão ambiental. Como exemplo de que as monoculturas não são agressivas como se supõe, trouxe uma lista de benefícios que a atividade traz ao meio ambiente, desde investimento em pesquisas de conservação até a redução do desmatamento de florestas nativas. Lembrou, ainda, da capacidade das plantas em capturar carbono da atmosfera e do impacto positivo que podem ter sobre o solo da região. – Embora o que estou dizendo gere polêmica, há estudos que comprovam o impacto positivo do plantio sobre o solo-, conclui.
Por Patrícia Benvenuti