Proposto em Montreal plano para melhorar luta contra desmatamento
emissões de co2
2005-12-01
Os delegados da Conferência da ONU sobre a mudança climática analisaram nesta quarta-feira a oportunidade de conceder créditos de CO2 aos países em desenvolvimento que lutam contra o desmatamento em seu território.
De acordo com o Protocolo de Kyoto, os países do sul não têm cotas estipuladas de redução de suas emissões de CO2, mas podem, entretanto, participar do programa de créditos dentro do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo do Protocolo.
Este mecanismo permite que um país do norte, obrigado pelo Protocolo de Kyoto a reduzir suas emissões, faça um investimento limpo em um país do sul e ponha em seu crédito a poluição evitada na atmosfera. O investidor pode tanto colocar estes créditos no ativo de seu inventário nacional de emissões, como vendê-los nos mercados do CO2.
Na prática, os créditos são compartilhados, na maioria das vezes, entre o país investidor e o emergente, que se beneficia ao mesmo tempo de uma fábrica moderna e de ativos que pode vender no mercado do CO2.
A idéia, apresentada hoje de manhã por Papua Nova Guiné, permitiria a um país tropical conseguir créditos de CO2 para um programa de luta contra o desmatamento.
A proposta se refere ao fenômeno da fotossíntese, segundo o qual as árvores armazenam carbono e, ao derrubá-las, envia-se gás carbônico para a atmosfera, gás este que contribui para o efeito estufa.
O Canadá, cujo ministro do Meio Ambiente, Stephane Dion, lidera o evento, e a Grã-Bretanha, que preside atualmente a União Européia, assim como o Brasil, onde o desflorestamento da Amazônia é um problema endêmico, receberam bem a proposição.
Esses três países consideraram que a proposta deve ser estudada como uma ação de longo prazo contra as mudanças climáticas, ou seja, no debate sobre a continuação que se dará ao Protocolo de Kyoto, que expira em 2012.
Já o chefe da delegação americana, Harlan Watson, disse que esta questão depende mais da implantação do Protocolo de Kyoto.
Os americanos, que não ratificaram o Protocolo de Kyoto, alegando que as reduções eram mais rigorosas com os países desenvolvidos do que com as nações em desenvolvimento, se negam a falar em Montreal do futuro das negociações climáticas após 2012. (Uol Notícias, 30/11)