Impacto do eucalipto no pampa continua gerando dúvidas
2005-12-01
Após nove horas de exposições e debates, o seminário Desafios e Oportunidades sobre Plantações Florestais no RS – realizado ontem (30/11) pela Associação Riograndense de Imprensa e a agência de notícias Ambiente JÁ no auditório da Faculdade de Ciências Médicas de Porto Alegre deixou claro mais uma vez que somente o aprofundamento do debate vai clarear o horizonte sobre o avanço da eucaliptura na Metade Sul do Estado.
A maioria dos 200 participantes saiu do evento mais bem informada do que entrou, mas no final restou a convicção de que os palestrantes e debatedores precisam de mais tempo para satisfazer as demandas da sociedade. No geral, permanecem as dúvidas sobre os impactos da adoção de uma nova monocultura no pampa.
Com a ausência da Aracruz, cujo representante foi convocado à última hora para uma reunião de acionistas em São Paulo, o discurso das empresas foi polarizado pela apresentação dos projetos da Votorantim Celulose e Papel – desde 2004 com escritório, viveiro de mudas e plantios centralizados em Capão do Leão, na Zona Sul – e da StoraEnso, que acaba de instalar escritório em Rosário do Sul, onde vem comprando áreas para plantios de eucalipto. Além de representantes das empresas florestais-celuloseiras, o evento contou com a participação de ambientalistas, técnicos governamentais e membros da universidade, que colocaram novas informações à disposição da comunidade (veja cobertura completa publicada hoje).
Se forem implementados, os projetos das empresas produtoras de celulose devem acrescentar cerca de 300 mil hectares à cobertura florestal do Estado, onde há atualmente cerca de 350 mil hectares cultivados com árvores exóticas (acácia, eucalipto e pinus), ou seja, pouco mais de 1% do território gaúcho – 28 milhões de hectares.
Por Geraldo Hasse