Temporada de furacões termina quebrando recordes
2005-12-01
A pior temporada de furacões já registrada no Oceano Atlântico terminou oficialmente nesta quarta-feira (30/11), mas os meteorologistas já alertam que o próximo ano pode ser tão ruim quanto 2005. Este ano foi marcado pela grande destruição no Caribe e no sul dos Estados Unidos provocada principalmente pelos furacões Katrina e Wilma.
Apesar da data de encerramento oficial do que os especialistas consideram ser a temporada de furacões, ainda há pelo menos uma tempestade, batizada de Epsilon, em formação no oceano.
De acordo com informações do Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos, Epsilon, que é acompanhada de ventos de 85 quilômetros por hora no Atlântico Central, não deve chegar a nenhuma ilha ou continente, mas pode provocar ondas perigosas em Bermuda, no Caribe.
Enquanto isso, pelo menos sete pessoas morreram e mais de 200 mil pessoas ficaram sem luz na terça-feira nas Ilhas Canárias, território espanhol perto da costa da África.
O arquipélago foi atingido pela tempestade tropical Delta, com ventos de mais de 150 quilômetros por hora.
O balanço da temporada de furacões deste ano enfileira quebras de recordes. Foram registradas 26 tempestades – o máximo de furacões num só ano era 21, há 70 anos.
O número de tormentas foi tão alto que, após usar todas as letras do alfabeto latino para denominá-las, os especialistas tiveram de começar a usar letras gregas.
O Katrina, que devastou a costa do Golfo do México americana, foi o desastre natural que trouxe maior prejuízo material na história do país.
Um mês depois, Wilma foi o furacão de maior intensidade de que se teve notícia na história do Oceano Atlântico.
No total, 13 tempestades atingiram o status de furacão, outro recorde. Além disso, três deles foram considerados furacões de categoria 5.
Especula-se que o aumento da ocorrência de furacões seja conseqüência do aquecimento global. Dois estudos científicos estabeleceram correlações entre o que se viu na região e as mudanças climáticas do planeta.
Especialistas da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos advertem que, se o ciclo de furacões continuar da forma que esperam, a região deve continuar a sofrer com uma alta freqüência de tempestades por vários anos. (BBC, 30/11)