Brasil cobra por preservar suas florestas
2005-11-30
O Brasil defenderá uma proposta radical na cúpula do clima no Canadá. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que estará em Montreal na semana que vem, vai propor que a redução do desmatamento em países com grandes extensões florestais, como o Brasil, seja compensada de alguma forma pela comunidade internacional.
A idéia é que o resto do mundo está se beneficiando da riqueza natural das florestas - inclusive de seu papel como agentes reguladores do clima - sem dividir os custos.
Para reverter esse quadro de desmatamento, é necessário investimentos significativos. Por isso, faz sentido que haja uma cooperação internacional para apoiar iniciativas nos países detentores dessas florestas - explica o secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco.
Por ser um país em desenvolvimento, o Brasil não é obrigado a cumprir metas de redução de emissões de gases poluentes traçadas pelo Protocolo de Kyoto. Mas o governo sofrerá pressões para se comprometer a reduzir índices de desmatamento, que posicionam o país entre os 10 mais poluidores do mundo.
Na última conferência das partes, em dezembro de 2004, em Buenos Aires, os índices de desmatamento no Brasil causaram constrangimento na delegação brasileira. Cerca de dois terços do CO2 (o principal causador do efeito estufa) jogado pelo país na atmosfera é proveniente da queima de florestas, principalmente a Amazônica. (Diário Catarinense, 30/11)