Organizações ecológicas afirmam que acabou o tempo para se lutar contra a mudança climática
emissões de co2
2005-11-30
Coincidindo com o começo da Conferência sobre a Mudança Climática das Nações Unidas em Montreal, ativistas do Greenpeace instalaram um relógio de areia (ampulheta) de quatro metros de altura diante da sede da reunião para lembrar as delegações assistentes da falta de tempo para atuar contra a maior ameaça ao ambiente nos nossos dias. Outras organizações, como a World Wildlife Fund, ou Fundo Mundial para a Natureza (WWF) de Adena, instam os países para que comecem as conversações a fim de obterem um novo acordo de redução de emissões de dióxido de carbono (CO2) para depois de 2012.
O objetivo central da reunião da ONU é fixar um calendário para a adoção de novos compromissos de redução de emissões, que permitam evitar uma mudança climática perigosa, uma vez que seja concluído o período atualmente coberto pelo Protocolo de Kyoto (até 2012).
Segundo os ecologistas, as energias renováveis e limpas –são a chave – para evitar as emissões de CO2 causadas pela queima de combustíveis fósseis, que são os causadores da mudança climática. O informe Renováveis 2050, publicado na semana passada, conclui que somente na Espanha as energias limpas poderiam produzir 56 vezes mais eletricidade que a prevista para a Espanha no ano 2050.
-Estamos ficando sem tempo para o clima. A mudança climática não é um problema distante que enfrentaremos em algum momento do futuro. De fato, nos resta muito pouco tempo para evitar os impactos mais catastróficos. Sem uma ação rápida e decisiva, aqui, por parte dos governos, nos encontraremos logo dentro de um trem fora de controle que será impossível frear-, disse Sara Pizzinato, responsável pela Campanha de Mudança Climática do Greenpeace da Espanha.
Conforme o Greenpeace, se a mudança climática seguir sem restrições, seus efeitos serão irreversíveis. As áreas glaciais do oeste da China terão desaparecido em 2100; os gelo marinhos do Ártico seriam perdidos antes do final deste século, levando os ursos polares, dependentes de focas do gelo, de morsas e de algumas aves marinhas, a enfrentarem a extinção; e durante as próximas décadas há o risco de que a combinação da mudança climática regional e dos efeitos da desflorestação convertam os bosques da Amazônia em pradarias ou desertos. (El Mundo, 29/11)