Ibama combate mineração irregular no Parque da Serra da Canastra
2005-11-29
O Ibama lavrou 15 autos de infração contra empresas que desenvolvem atividades de mineração dentro do Parque Nacional da Serra da Canastra, em Minas Gerais.
— Esta exploração constitui crime ambiental – afirma o chefe da Divisão de Licenciamento e Fiscalização do Ibama em Minas Gerais, Sebastião Reis, que participou da Operação Quartzito, montada para identificar os responsáveis por danos ambientais no parque.
O Plano de Manejo do parque identificou a região afetada como uma área de alta relevância ambiental por apresentar várias espécies vegetais endêmicas e ameaçadas de extinção. A região também constitui importante área de recarga da bacia do Rio Grande, com presença de várias nascentes de cursos dágua que abastecem o reservatório da usina hidrelétrica de Furnas.
Fiscais do Ibama iniciaram na segunda-feira da semana passada a Operação Quartzito, acompanhados por técnicos do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e da Polícia Militar do Meio Ambiente. Em campo, apuraram os impactos da atividade mineraria, como destruição de nascentes, assoreamento de cursos dágua, supressão de vegetação em áreas de preservação permanente, descaracterização da paisagem natural, disposição inadequada de rejeitos, formando extensas pilhas de estéril instáveis e sem nenhum controle, introdução de espécies exóticas invasoras como capim brachiaria, eucalipto e outros. Além das empresas, a fiscalização também está alcançando garimpeiros clandestinos.
O Ibama-MG e o Ministério Público Federal já pediram ao DNPM e ao Conselho de Política Ambiental (Copam) de Minas a suspensão de licenças concedidas para atividades de mineração em área do parque, criado em 1972 com 200 mil hectares de extensão. (ClicRBS, 28/11)