Mancha de benzeno vinda da China chega ao território russo
2005-11-29
A mancha de benzeno provocada pela explosão em uma fábrica petroquímica chinesa entrou em território russo pelo rio Amur (leste), perto de Jabarovsk --cidade de 600 mil habitantes-- informaram ontem (28/11) autoridades sanitárias. Os níveis de benzeno –estão sensivelmente acima das normas ambientais– no rio Amur, disse Oleg Mitovol, encarregado da Agência de Vigilância dos Recursos Naturais em Jabarovsk.
Segundo a fonte, os resíduos de benzeno provêem do vazamento na China ou dos dejetos de uma fábrica da região. As taxas de poluição de benzeno analisadas no rio Amur são entre 1,5 e duas vezes superior às permitidas.
O problema começou com uma camada de benzeno de 80 quilômetros de comprimento, que se espalhou pelo rio Songhua (nordeste da China), depois da explosão ocorrida em uma fábrica petroquímica no último dia 13. O vazamento tóxico deixou sem água, durante cinco dias, mais de 4 milhões de pessoas que vivem na cidade chinesa de Harbin (nordeste), capital da província de Heilonjiang.
As autoridades russas tinham previsto que a camada de benzeno poderia chegar a Jabarovsk nos dias 4 ou 5 de dezembro, embora já tivessem sido levadas para a região reservas de água potável.
Hoje (29/11), um avião Iliuchin partiu para Jabarovsk transportando as primeiras 20 toneladas de carvão ativado para purificar a água.
O governo russo local pediu às autoridades da cidade que proíbam a pesca e o consumo de peixe do Rio Amur durante um ano. –A contaminação do Amur não levará muito tempo (...). Mas os peixes acumularão substâncias tóxicas. É preciso fazer as pessoas entenderem isto–, declarou uma autoridade.
Os ecologistas, por sua vez, advertiram para as sérias conseqüências a longo prazo que a contaminação pode causar na região. –É preciso unir esforços de especialistas russos, chineses e internacionais para garantir a supervisão da camada de benzeno–, declarou Iuri Darman, encarregado do Fundo Mundial para a Natureza (WWF) no leste russo.
A camada de benzeno pode representar uma ameaça para a saúde humana, contaminar a cadeia alimentar e perturbar o frágil ecossistema da região. (AFP, 29/11)